Na tarde desta quinta-feira (1°), a SERGS emitiu uma nota com teor golpista, em que protesta contra uma suposta "ditadura travestida de democracia", que teria sido instaurada pelo "Poder Judiciário convertido em Poder Supremo" e "mantida pela omissão do atual Poder Legislativo".
O documento assinado pelo presidente da SERGS, Walter Lídio Nunes, e pelo presidente do Conselho Deliberativo da entidade, Luiz Roberto Ponte, pede ainda um golpe de Estado a ser encaminhado pelas Forças Armadas.
A nota teve uma grande repercussão e logo um coletivo chamado Engenheiros pela Democracia RS lançou um contraponto ao posicionamento da SERGS. Eles afirmam estar "indignados com os posicionamentos extremados da SERGS" e que a nota referida, na verdade, pede uma intervenção militar. Ressaltam ainda que a postura da referida Sociedade é "ilegal e imoral".
Segundo manifestam, "este setor que hoje ocupa a direção da SERGS não fala em nome da categoria profissional da engenharia". Consideram ainda absurdos os pedidos de intervenção militar, de destituição de um poder ou de impedir a alternância de poder no Executivo.
"Coletivamente reconhecemos a legitimidade das instituições democráticas brasileiras, enraizadas na participação popular e no Estado Democrático de Direito. Por isso, defendemos o respeito ao resultado das eleições", afirma o abaixo assinado, que em pouco mais de 12 horas, já contava com mais de 500 assinaturas. (pode ser conferido e assinado aqui).
Repercussões
De acordo com a Matinal, a SERGS tem entre suas mantenedoras empresas públicas como a Corsan e a EGR, além do BRDE. O veículo noticiou ainda que a nota gerou um racha interno na Sociedade, resultando em reclamações de conselheiros, preocupação com a repercussão e pedidos de desfiliação.
Após a repercussão, a nota foi editada no site da SERGS, retirando a assinatura do presidente da entidade, deixando somente o nome do presidente do conselho deliberativo com a seguinte mensagem: "Esta manifestação é uma prerrogativa do Conselho Deliberativo da Sociedade de Engenharia do RS, não vinculada a posição da Presidência e da Diretoria da entidade".
Já durante a manhã desta sexta-feira (2), a Central Única dos Trabalhadores do RS (CUT/RS) se manifestou sobre o que considerou uma nota "absurda, ilegal e golpista".
Segundo o presidente da CUT/RS, Amarildo Cenci, a postura da SERGS é "vergonhosa, que agride o Estado Democrático de Direito e desrespeita a vontade soberana do povo brasileiro". O dirigente sindical pede ainda a "devida responsabilização judicial e a condenação na forma da lei" dos responsáveis.
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Edição: Katia Marko