Repetindo 2018, eleitoras e eleitores do Rio Grande do Sul terão que fazer uma escolha entre dois candidatos alinhados à direita do espectro político no segundo turno da disputa para governador. Por pouco não esteve na disputa a esquerda, que teve chances com Edegar Pretto (PT) e Pedro Ruas (PSOL) e ficou de fora por uma diferença de 2.441 votos (0,04%).
Com isso, resta de um lado Onyx Lorenzoni (PL), que já comandou quatro ministérios do governo Bolsonaro e venceu o primeiro turno com 37,5% dos votos válidos. Do outro, o ex-governador Eduardo Leite (PSDB), que renunciou ao cargo para, sem sucesso, disputar o posto de candidato à Presidência da República pelo seu partido, e ficou na segunda colocação na disputa ao Piratini, com 26,81% dos votos.
EDUARDO LEITE (PSDB)
Governador mais jovem na história do RS, iniciou a carreira política como vereador e depois prefeito de Pelotas (RS). Na tentativa de concorrer à Presidência, renunciou ao governo estadual, mas o plano frustrado o trouxe de volta à corrida pelo Piratini.
Sua gestão do estado é marcada por privatizações e concessões, criação do teto de gastos no RS e críticas de falta de diálogo, por exemplo, na aprovação do novo código ambiental sem debater com a sociedade. Acabou com a obrigatoriedade de plebiscito para vender empresas públicas, inclusive a Corsan, que na campanha anterior havia se comprometido em não vender, o que não cumpriu e seu sucessor segue tentando.
No segundo turno, Leite precisa dos votos dados à esquerda, mas sua neutralidade na disputa nacional impediu maior diálogo. Contudo, visando esses eleitores, comprometeu-se em não privatizar o Banrisul, proposta defendida por seu adversário. Ganhou apoio do PSB, PDT e Solidariedade.
ONYX LORENZONI (PL)
Foi eleito em 2018 pela quinta vez como deputado federal, pelo DEM, mas iniciou 2019 como Ministro-Chefe da Casa Civil de Bolsonaro. A primeira vez que ocupou seu posto do atual mandato na Câmara Federal foi para votar a favor da Reforma da Previdência. Após, voltou ao governo federal, onde também comandou os ministérios da Cidadania, da Secretaria Geral da Presidência da República e do Trabalho e Previdência. Também foi ministro no governo Temer (MDB).
Hoje no PL, Onyx concorre pela primeira vez ao governo do estado. Tentou sem sucesso ser prefeito de Porto Alegre em 2004 e 2008. Acusado de receber caixa 2 da JBS em campanhas de 2012 e 2014, admitiu o crime e fez acordo com a justiça, pagando R$ 189 mil para se livrar do julgamento.
Ao passar para o segundo turno, repetiu seu lema “Deus, família, pátria e liberdade”. Recebeu o apoio de Luis Carlos Heinze (PP), que no primeiro turno ficou na quarta colocação, com 4,8% dos votos.
Para oposição, foco é eleger Lula e “nenhum voto” em Onyx
Os partidos que encabeçaram as federações da esquerda no estado manifestaram-se sobre o segundo turno. A orientação é focar na eleição de Lula (PT), candidatura que representa compromisso com a democracia em âmbito nacional, e a não dar “nenhum voto” a Onyx Lorenzoni (PL), na alçada estadual.
O PT gaúcho orientou “o combate sem tréguas ao bolsonarismo no Brasil e no Rio Grande através dos seus representantes. Portanto, Nenhum voto a Onyx!”. A justificativa é o cenário estadual “em que de um lado há um candidato que representa o extremismo de direita, e de outro uma candidatura que não assume lado na disputa nacional optando pela 'neutralidade'”.
O PSOL gaúcho defendeu “Nenhum voto em Onyx, derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo com Lula presidente”, liberando sua militância para exercer seu voto “nos marcos desta resolução”. A deputada estadual Luciana Genro, presidente do partido no estado, frisou que o partido será oposição ao próximo governo gaúcho, seja ele liderado por Onyx ou por Leite. “Vamos enfrentar a agenda econômica liberal que retira direitos dos servidores, desmonta os serviços públicos e privatiza o patrimônio do estado”, disse.
Leite lidera pesquisa IPEC
A segunda pesquisa IPEC do segundo turno ao governo do RS, divulgada nesta sexta-feira (21), traz Eduardo Leite (PSDB) com 55% dos votos válidos, enquanto seu adversário, Onyx Lorenzoni (PL), aparece com 45%. O levantamento ouviu 1,2 mil pessoas entre os dias 19 e 21 de outubro em 62 municípios. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, considerando nível de confiança de 95%.
Votos válidos
Resposta estimulada e única, em %:
Eduardo Leite (PSDB): 55% (54% na pesquisa anterior, de 14/10)
Onyx Lorenzoni (PL): 45% (46% na pesquisa anterior)
Considerando votos brancos, nulos e indecisos, leite aparece com 50% dos votos e Onyx com 41%.
Votos totais
Resposta estimulada e única, em %:
Eduardo Leite (PSDB): 50% (tinha 50% na pesquisa anterior)
Onyx Lorenzoni (PL): 41% (43% na pesquisa anterior)
Brancos e nulos: 5% (4% na pesquisa anterior)
Não sabem ou não responderam: 3% (3% na pesquisa anterior)
A pesquisa foi contratada pela RBS Participações S.A. e registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00863/2022 e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sob o número RS-00643/2022.
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Edição: Katia Marko