Rio Grande do Sul

ELEIÇÕES 2022

Em Porto Alegre, Lula promete recuperar direitos do trabalho e combater o racismo

Presidenciável concedeu coletiva de imprensa antes de sair em caminhada pelas ruas da capital gaúcha

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Coletiva de imprensa foi realizada no início da tarde desta quarta-feira (19) no Hotel Plaza São Rafael - Foto: Carol Lima

O candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu entrevista coletiva em Porto Alegre, nesta quarta-feira (19). Acompanhado de seu candidato à vice, Geraldo Alckmin (PSB) e de outros parlamentares, no Hotel Plaza São Rafael, Lula respondeu questões de jornalistas antes de ir à caminhada que reuniu uma multidão nas ruas da Capital.

Questionado sobre a maioria de votos que teve seu adversário Bolsonaro no primeiro turno no estado, afirmou que a ideia da campanha é dar continuidade às atividades realizadas. "Espero que os companheiros sigam viajando pelo estado para garantir a vitória", disse.

Também afirmou que o adversário está se utilizando da máquina pública para tentar garantir uma virada. "Nunca alguém utilizou tantos os meios de liberação de recursos, é um certo desespero, mas acho que a sociedade brasileira está madura. Minha candidatura representa a chance desse país voltar à democracia e à normalidade, com distribuição de riqueza e sem fome."

Relação com o agro

Na sequência, questionado se faria uma "carta para o agro" e pretendia visitar o centro-oeste, Lula respondeu que tem muitas agendas pelo país e que não é possível "fazer uma carta para cada setor durante a campanha". Por outro lado, afirmou que Alckmin está conversando com diversos empresários do setor.

"Qualquer coisa que o agro tenha contra mim ou contra a Dilma, não é por falta de bom tratamento. É só comparar o financiamento nos nossos governos com o de agora, não é um problema de dinheiro, pode ser um problema ideológico", complementou.

Afirmou que, se eleito, seu governo não permitirá a ocupação irregular da Amazônia e que tem convicção de que muitos empresários do setor pensam da mesma forma. "Uma árvore de pé vale tanto quanto a soja, cuidar do clima é tão importante como qualquer outra atividade econômica", assinalou.

Nenhum voto em Onyx

Sobre o segundo turno da eleição estadual do RS, disputado por Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL), Lula respondeu que o PT gaúcho tem autonomia para tomar a decisão pertinente. "Não precisa eu vir aqui 'xeretar'. Tem várias pessoas do PT do RS que já declararam voto. O povo tem que escolher a pessoa mais democrática e sensível aos problemas sociais. Mas, pelo que conheço do Onyx, ele não é essa pessoa."

Mundo do trabalho

Também foi perguntado sobre possíveis modificações a serem propostas em relação à reforma trabalhista. Lula respondeu que o debate foi feito dentro do partido e da coordenação de campanha e que mudanças serão propostas.

"Não queremos uma volta ao passado, pois houve uma mudança no mundo do trabalho. O que queremos é uma regra para estabelecer um novo relacionamento entre capital e trabalho. Aqui no Brasil me preocupa que as pessoas que trabalham com aplicativos não têm direitos, não têm proteção, não conhecem o patrão, nem têm descanso remunerado", disse.

Além disso, afirmou que pretende utilizar os bancos públicos para incentivar a criação de cooperativas e pequenos e médios negócios. "Nesse novo mundo digital, precisamos fortalecer a criatividade do povo."

Também disse que pretende regulamentar uma proposta de campanha introduzida por Simone Tebet (MDB), que é o de aprovar a igualdade salarial entre homens e mulheres.

Combate ao racismo

Por fim, foi questionado sobre propostas para resolver o problema do racismo, quando foi citado o episódio com o cantor Seu Jorge, em Porto Alegre. "Nós já temos na nossa Constituição que o racismo é crime, o problema do racismo não é um problema de lei, é algo que está na cabeça da sociedade, que durante mais de 300 anos foi escravista."

Afirmou que esse debate precisa ser vencido sob o ponto de vista cultural, citando, como exemplo, a obrigatoriedade do ensino de História afro-brasileira nas escolas.

"É preciso acabar com essa história de negro ser uma raça inferior, precisamos de muita cultura e educação. Isso a gente aprende na escola, a criança precisa aprender a respeitar pra termos uma sociedade mais civilizada", destacou.

Além disso, afirmou que o governo vai trabalhar em medidas para punir casos de racismo, pois, segundo disse, o cidadão que é racista ele transmite ódio e se acredita superior.


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Edição: Marcelo Ferreira