O primeiro debate do segundo turno nas eleições de 2022 para o cargo de governador do RS aconteceu na noite desta segunda-feira (10). Promovido pela Band RS, o confronto de ideias se deu entre o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL) e o ex-governador Eduardo Leite (PSDB).
No primeiro turno, Onyx conseguiu 37,50% dos votos válidos, enquanto Leite registrou 26,81%. O resultado indica que, novamente, o eleitor terá que fazer uma opção entre dois candidatos alinhados à direita do espectro político. Apesar de manter o clima ameno, o debate contou com algumas acusações de lado a lado.
Confira a integra do debate.
Futuro do Banrisul
Na parte das perguntas com tema específico, foi questionado sobre o tema do Banrisul e a visão de cada um dos candidatos sobre o tema. Leite afirmou que Onyx quer "botar a mão no dinheiro do banco", se referindo à fala de seu adversário que propôs utilizar o saldo que estaria "parado na conta".
Além disso, Leite ironizou, ao falar que seu adversário já teve "problema com o seu próprio caixa", se referindo ao crime de "caixa 2" cometido assumidamente por Onyx.
Na réplica, Onyx chamou seu adversário de arrogante e prepotente. Ressaltou a importância dos servidores do Banrisul, dos mais de R$ 100 bilhões em ativos do banco e dos cerca de R$ 47 bilhões aplicados em letras do Tesouro Nacional que, segundo Onyx, podem ter um "uso inteligente e racional".
"Leite partidarizou o banco, trouxe gente de fora que não entende nada. Já disse, não vou privatizar o Banrisul, ele tem que ser um instrumento."
Na tréplica, Leite disse acreditar que Onyx é mal-informado sobre o estado, pois passou os últimos anos trabalhando no governo de Jair Bolsonaro. "Não podemos trazer pra cá alguém que passou todo esse tempo em Brasília e agora quer fazer disso aqui mera extensão do governo federal. Aqui não é quintal, aqui é o RS."
Renúncia do cargo de governador
Em determinado momento, Onyx afirmou que Eduardo Leite "renunciou à maior honra que um gaúcho pode ter, que é governar o estado". Também questionou o adversário sobre as contas do estado, que teriam um déficit de R$ 3 bilhões e uma dívida de R$ 1 bilhão com os hospitais.
Leite começou respondendo que o seu "adversário não respondeu a pergunta sobre a proposta dele, é isso que eu estou pedindo neste debate: falar sobre propostas e caminhos para o RS, como vai fazer".
Sobre a renúncia, reiterou sua posição de que já explicou para a população sua escolha e que não recebe nenhum tipo de aposentadoria como ex-governador. Sobre as contas, afirmou que organizou as contas do estado e que o déficit é por conta de uma "forçação de uma redução de impostos".
Na réplica, Onyx insistiu no tema da renúncia, afirmando que Eduardo "não explicou", e perguntando "qual era a motivação? saiu pra quê? Pra ser candidato à presidente?". Ainda afirmou que a execução orçamentária foi "maquiada" para operar uma "fraude".
Na tréplica, Leite disse que "renunciou ao mandato para não renunciar à política. Para poder me apresentar uma vez mais aos gaúchos sem rivalizar a atenção que devo dar ao governo". Ainda disparou contra Onyx, pelo fato deste afirmar que irá acompanhar o presidente Bolsonaro em atividade de campanha em Pelotas.
"Às 15h da tarde, em horário de expediente, o presidente e um deputado federal, que deveriam estar trabalhando pelo povo, vão estar fazendo campanha ao invés de governar".
Propostas para a estiagem
Questionados sobre o tema da estiagem, os candidatos foram instigados a falar da falta de chuvas e seus impactos. Leite começou afirmando que o seu governo "enfrentou a pior estiagem dos últimos 70 anos".
"O governador precisa ter clareza, meu adversário suspeito que não tenha, pois ele vem de uma outra linha política, que o governo é uma peça de uma engrenagem, que tem o Legislativo, o MP, conselhos."
Citou o aumento do limite para a construção de açudes e da subvenção estadual para agricultores financiarem o custo da irrigação. "São R$ 170 milhões de recursos assegurados para expandir a proteção às nossas lavouras nos próximos anos."
Onyx, da sua parte, afirmou que é veterinário e por isso conhece a lida dos produtores. "Temos que ter um governo que reforce a Emater, que possa levar tecnologia para o campo." Também citou o "dinheiro parado no Banrisul" que poderia estar financiando as pequenas propriedades. Por fim, ainda atacou o adversário.
"Não ter um programa estadual de irrigação é um absurdo, as coisas só apareceram aqui, pois havia um delírio de ser candidato a presidente, daí tinha que empilhar programas para tentar mostrar que é competente."
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Edição: Katia Marko