Rio Grande do Sul

ELEIÇÕES

Editorial | Como vota em quem você votou?

Não podemos repetir 2018 e entregar ao RS e ao Brasil parlamentos indignos das tarefas do estado e do país

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Para derrubar os vetos no Congresso, parlamentares precisam reunir a maioria absoluta dos votos nas duas Casas - Edilson Rodrigues/Agência Senado

Quem sabe como se comporta o(a) deputado(a) ou senador(a) em quem votou? Qual é o lado que ele ou ela assume ao tratar de decisões sobre os trabalhadores, o meio ambiente, a educação, a saúde? Este é um dos temas desta edição que apresenta o cenário da campanha para o governo estadual e o Senado e lida também com o currículo dos(as) atuais deputados(as) federais e senadores(as) do Rio Grande. E as notícias não são boas.

A começar pelo fato de que quase a metade do Congresso votou contra os interesses de quem vive da venda da sua força de trabalho. Uma pesquisa do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, o DIAP, descobriu que 49,6% do Congresso votou contra o trabalhador.

Outro levantamento, este do Ruralômetro 2022, constatou que 68% da Câmara vota contra a proteção à natureza, os indígenas, camponeses, quilombolas e povos tradicionais.
E no exame do chamado “Pacote do Veneno” na Câmara, 301 votaram a favor e apenas 150 contra. O projeto coloca mais veneno no nosso prato e justamente no país que é o campeão mundial no uso de agrotóxicos, que causam até câncer.

Mas nem todos os partidos são iguais. PT, PDT, PSB, PCdoB, PSOL e REDE orientaram o voto pelo “Não”, defendendo o consumidor e o meio ambiente. Do outro lado estava a maioria: PSDB, PP, MDB, PL, NOVO, PSC e praticamente toda a base de apoio dos governos Temer e Bolsonaro orientaram o voto pelo “Sim”.
Em 2018, o voto construiu o pior Congresso que se poderia imaginar.

Mas o Congresso que atua assim não caiu do céu. Nasceu do voto desinformado ou iludido da maioria que o elegeu. Muitas vezes é aquele eleitor que vota no conhecido, no vizinho, no parente, no candidato do patrão.

Temos que prestar muita atenção em quem vamos eleger para governador e presidente, mas não podemos baixar a guarda, repetir 2018 e entregar ao Rio Grande e ao Brasil parlamentos indignos das tarefas do estado e do país.

Edição: Ayrton Centeno