Rio Grande do Sul

LIBERDADE DE GOLPE?

Federações empresariais do RS criticam ação contra empresários que defendem golpe de Estado

Para Fiergs e Federasul, operação da PF determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes fere liberdade de expressão

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Apoiador de Bolsonaro, Luciano Hang é um dos empresários que foram alvo da operação - Foto: Reproduição/Instagram

Duas federações empresariais do Rio Grande do Sul saíram em defesa dos empresários bolsonaristas que foram alvo da operação da Polícia Federal por sugerirem um golpe de Estado caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito presidente neste ano, em conversa em um grupo de Whatsapp. São elas a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs)  e a Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul). As notas foram publicadas nesta quinta-feira (25) e afirmam defender a liberdade de expressão.

No site da Fiergs, a nota que aparece com o fundo verde e amarelo manifesta “grave preocupação” com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de emitir mandados de busca e apreensão em cinco estados, em endereços ligados a oito empresários. Afirma que “atitude que não encontra abrigo no princípio da razoabilidade”. Ressalta ter “convicção de que os exageros serão corrigidos e cessados”.

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A Federasul chama as medidas de extremas e diz que as conversas dos empresários, consideradas pelo ministro do STF com teor golpista, não apresentam demonstração de ameaça de ruptura institucional. Afirma que a restrição das liberdades de pensamento e de expressão, “mesmo para a segurança nacional, para não qualificar censura, somente podem ocorrer em relação a condutas que comprovadamente se enquadrem nas hipóteses expressamente previstas em lei”.

As notas das entidades do Rio Grande do Sul somam-se a de outras pelo país, como da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP) e do Fórum Empresarial da Bahia.

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Os alvos da operação da PF, defendidos pelas entidades, foram Luciano Hang, dono da rede de lojas de departamentos Havan; Afrânio Barreira, da rede de restaurantes Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da gigante de shoppings Multiplan; José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; André Tissot, do Grupo Serra; Meyer Nigri, da Tecnisa; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca de surfwear Mormaii.

Eles fazem parte de um grupo de Whatsapp onde circulam as mensagens golpistas. As mensagens foram reveladas em reportagem do jornalista Guilherme Amado publicada no site Metrópoles, na quarta (17).


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Edição: Marcelo Ferreira