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Campanha #EuVotoContraFomeESede

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" O Brasil voltou ao Mapa da Fome, de onde tinha saído pela primeira vez em 2014, segundo declaração da FAO/ONU" - Getty Imagens
Queremos construir um país que não permita que seu povo nem passe fome, nem sede

A fome está em todos os lugares. O Brasil voltou ao Mapa da Fome, de onde tinha saído pela primeira vez em 2014, segundo declaração da FAO/ONU. Segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN), 33,1 milhões de brasileiras e brasileiros vivem em insegurança alimentar grave, ou seja, com fome. “A pobreza chega a recorde de quase 20 milhões nas metrópoles brasileiras. Número de 19,8 milhões é o maior em uma década. O país regrediu para um patamar equivalente ao panorama de miséria e pobreza de 100 anos atrás” (Folhaonline, 08.08.2022).

Em janeiro de 2022, em reunião virtual no Fórum Social das Resistências (FSR), foi discutida a urgência de articular um movimento nacional contra a fome. Em final de abril, agora em reunião presencial no Fórum Social das Resistências, em Porto Alegre, com participação de movimentos sociais e populares, SEFRAS, Serviço Franciscano de Solidariedade, primeiro inspirador e impulsionador da Frente e da Campanha, e na sua Secretaria Executiva, da Articulação Brasileira de Francisco e Clara, Colegiado de Presidentes dos Conselhos Estaduais de SSAN, MPA, Ação da Cidadania, CONSEA/RS, Movimento Fé e Política, CAMP, Banquetaço, Periferia Viva, Agentes de Pastoral Negros, Coalizão Negra por Direitos, MTD, MST, CUT, ENFOC/CONTAG, MAB, RECID, ASA, Observatório das Metrópoles, entre outras organizações e entidades, foi lançada a Frente Nacional contra a Fome e a Sede. 

Junto com o apoio e articulação dos Comitês Populares contra a Fome, das Cozinhas Solidárias e Comunitárias, articuladas pela sociedade civil em todo o Brasil, essencialmente nas periferias, da Conferência Popular nacional de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, em andamento, da realização da 8ª Conferência de SSAN no Rio Grande do Sul em julho, com o tema ´A Fome voltou! Medidas Já!´, uma das iniciativas da Frente nacional contra a Fome e a Sede é a Campanha Eu Voto contra a Fome e a Sede nas eleições de 2 de outubro.

Diz o Manifesto da Frente, lançando a Campanha: “Queremos construir um país que não permita que seu povo nem passe fome, nem sede. Queremos o fortalecimento da agricultura urbana, da agricultura familiar camponês e suas produções de alimentos saudáveis com base na agroecologia. Temos o compromisso de refletir e defender projetos que promovam a dignidade humana, possibilitando o acesso a alimentos saudáveis e água potável a todas as pessoas, independente da classe social, a defesa dos nossos biomas e dos territórios dos povos das águas, do campo, das florestas e das cidades. Junto com diversas organizações, defendemos o combate a projetos que almejam aumentar a fome e a sede em nosso país. Em defesa da Soberania Alimentar: EU VOTO CONTRA A FOME E SEDE. Eu vou escolher candidatas e candidatos que vão garantir acesso à alimentação adequada e saudável para toda população brasileira!”

Este é o chamado para a ação: “Construção de Campanha popular pelo voto contra a fome e a sede; inserção em Comitês Populares organizados potencializando o acúmulo na temática da fome e da sede; articulação para ação de redes sociais com chamamento público para fortalecer a campanha.”

Por que votar contra a fome e a sede?

“Votar contra a fome e a sede fortalece a agricultura familiar urbana e camponesa; fortalece a alimentação escolar; votar contra a fome e a sede é votar contra a carestia; é garantir alimentos sem agrotóxicos; é votar na dignidade humana; é promover a agroecologia; é garantir fácil acesso da população a alimentos saudáveis e sustentáveis; é estimular a participação da sociedade civil nas políticas públicas; é apoiar políticas de transferência de renda para a população mais vulnerável; é apoiar a assistência alimentar de marmiteiros solidários e cozinhas populares; é regular os preços dos alimentos, da água e do gás a patamares adequados; é investir em educação alimentar e nutricional adequadas e saudáveis para todas e todos; é ser contra a privatização da Eletrobrás  da Petrobrás.”

A Frente nacional encaminha para compromisso e assinatura de todas as candidatas e candidatos em todos os níveis em todo Brasil: “CARTA-COMPROMISSO. Eu, candidata/o...., no Estado de..., comprometo-me, no caso de ser eleita-o, a construir com o conjunto da sociedade civil organizada, movimentos sociais e os Conselhos de políticas públicas, ações legislativas e/ou executivas, e a mobilização social necessária para concretizar as proposições encampadas pela Frente Nacional contra a Fome e Sede como plataforma política apresentada no Documento ´Agenda Betinho 2022´. Dessa forma, assino a presente Carta-Compromisso. Nome e Partido da-o candidata-o. Assinatura. Local. Data. (Informações e contatos da Frente e da Campanha: Frente nacional contra a Fome e Sede; [email protected]).

O 28º Grito das-os Excluídas-os, em 7 de setembro, ´VIDA EM PRIMEIRO LUGAR´, será um momento importante de articulação da Frente e da Campanha em muitas cidades e comunidades, como no bairro Partenon, Porto Alegre, a partir das 9h (Concentração na Igreja São José do Murialdo, na rua Vital de Negreiros, 550).

É um mutirão coletivo, militante e solidário. Todas e todos comprometidos com a vida estão chamados, convocados, com fé e coragem, ante a eleição das nossas vidas: estar na rua, manhã, tarde, noite, madrugada. De novo, ENCANTAR A POLÍTICA e ESPERANÇAR.

* Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Katia Marko