Aconteceu nesta quinta-feira (4) um painel de debates reunindo bancos e instituições financeiras comunitárias, do Brasil e de outros países. O objetivo do evento foi compartilhar experiências nacionais e internacionais sobre a alternativa dos bancos comunitários que buscam ser serviços financeiros solidários, em rede, de natureza associativa e comunitária, voltados para a geração de trabalho e renda na perspectiva de reorganização das economias locais, tendo por base os princípios da Economia Solidária.
O evento foi realizado no auditório da Central Única dos Trabalhadores do RS (CUT/RS), promovido pela Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários do Estado do RS (Unisol/RS). Contou com a presença de representantes do Banco Mumbuca, de Maricá (RJ), dos bancos comunitários Justa Troca e Cascata e dos futuros bancos da Colina e Asa Branca, todos estes de Porto Alegre.
O evento contou com a presença internacional de representantes da Cooperação Internacional Norte Americana (Conosud) e do Centro de Estudos Rurais e de Agricultura Internacional (CERAI), da Catalunha, na Espanha, através da integrante do Conselho de Administração, Begoña Fernández Lorenzo. Ela falou sobre a perspectiva que tem do Brasil.
Ela disse que vê os bancos comunitários com muita força. "Os agentes sociais de cada comunidade estão muito envolvidos e comprometidos. Vejo que o Brasil está muito forte e vai chegar a algo grande: a solidariedade que existe aqui entre as pessoas, entre as comunidades, entre as vilas. Me chama atenção também a enorme desigualdade social. Mas sempre fico muito esperançada porque vejo que há muita gente disposta a mudar isso”, pontuou.
A atividade foi transmitida ao vivo pelo Facebook da CUT/RS e da Unisol/RS.
Bancos comunitários são instrumentos de desenvolvimento local
Para a coordenadora da Unisol/RS, Nelsa Nespolo, o evento teve a potencialidade de oferecer caminhos de desenvolvimento.
“Vemos as mudanças acontecendo. Emociona essa realidade que vivemos. Sabemos o quanto é dura, mas nesse momento estamos desvendando ela. Infelizmente estamos numa cidade, num estado e num país que não têm políticas públicas e isso reflete na realidade do povo”, ressaltou Nelsa.
A organização do evento enfatizou que um banco comunitário tem como objetivo promover o desenvolvimento de territórios de baixa renda, através do fomento à criação de redes locais de produção e consumo, baseado no apoio às iniciativas de economia solidária em seus diversos âmbitos, como empreendimentos socioprodutivos, de prestação de serviços, de apoio à comercialização, organizações de consumidores e produtores.
No Brasil, o primeiro banco comunitário foi o Banco Palmas, inaugurado em janeiro de 1998 no Conjunto Palmeira, um bairro pobre situado na periferia de Fortaleza (CE). Em 2008, o Brasil registrou 37 bancos comunitários em funcionamento. Atualmente, segundo dados da Unisol/RS, já são 150 instituições operando no país.
Em Porto Alegre existem várias iniciativas de bancos comunitários. Um dele é o banco Cascata, onde Jocelaine Santos da Silva é uma das idealizadoras. “No momento ele é um banco de ideias. É um banco com a comunidade. Trabalhamos junto com as mulheres que é o nosso foco maior. Com a pandemia, muitas delas perderam empregos e ficaram perdidas. Estamos fazendo cursos de capacitação, cursos profissionalizantes. E estamos na corrida para dar novas oportunidades dentro da comunidade”, contou.
* Com informações da CUT-RS
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Edição: Marcelo Ferreira