Rio Grande do Sul

RESPOSTA NAS URNAS

Editorial | Quem vai fazer a diferença

"Três maiorias – mulheres, jovens e pobres – preparam sua resposta ao descaso ou à violência que sofrem"

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Em outubro, todos têm encontro marcado com a política nas urnas - Foto: Reprodução TSE

Quando o Brasil se aproxima da mais importante eleição da sua história recente, alguns dados são animadores. Entre eles, o fato de que houve um aumento de 51,1% no número de jovens entre 16 e 17 anos que – mesmo sendo seu voto facultativo – habilitaram-se para votar.

É uma sinalização interessante. Primeiro, porque pesa sobre esta faixa etária a crítica sobre uma suposta alienação. Segundo, porque, como mostram todas as pesquisas de opinião, entre os jovens é mais intensa a rejeição ao governo Bolsonaro. Considerando-se como jovem quem frequenta a faixa dos 16 aos 34 anos, são 52,7 milhões de eleitores e eleitoras nos dados do TSE.

Há outro e ainda maior segmento onde é forte a aversão ao presidente. As mulheres respondem por 53% do eleitorado. São 82,4 milhões aptas a votar. E representam a maioria absoluta no eleitorado de 156 milhões de votantes.

Os dois grupos têm sido ignorados pelas políticas públicas, sobretudo os jovens e as mulheres pobres da periferia.

Ao seu lado, partilhando a mesma rejeição, estão os mais pobres e mais vitimados pela violência econômica e social que se abateu sobre o Brasil. São os 61,3 milhões que sofrem de insegurança alimentar. E, entre eles, os 15,4 milhões que padecem de insegurança alimentar grave. Em outras palavras, aqueles que não sabem se terão o que comer no dia seguinte.

Três maiorias – mulheres, jovens e pobres – preparam sua resposta ao descaso ou à violência que sofrem. Muitos deles têm feito política no cotidiano, nas redes, nos movimentos, nos partidos, nas ruas. Em outubro, todos têm encontro marcado com a política nas urnas.

Edição: Ayrton Centeno