O encontro em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou embaixadores e disparou fake news contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e colocou em dúvida o sistema eleitoral foi duramente criticado por diversos setores da sociedade. Para o Comitê em Defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito, que lançou nota de repúdio ao fato, Bolsonaro anunciou para o mundo sua intenção de golpe.
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A entidade, composta por centenas de profissionais gaúchos de áreas da educação superior, cultura, pesquisa, comunicação, direito, entre outras, avalia que a atitude foi “uma afronta à Nação” e “deveria receber punição rigorosa”. “Bolsonaro pretendeu demonstrar, neste anúncio ao mundo, que tem respaldo de parcela significativa do comando das Forças Armadas”, diz trecho da nota.
Para o Comitê, o silencio de grande parte da sociedade, inclusive do presidente do Congresso Nacional e do Procurador Geral da República, “é evidência de que a sociedade civil não está suficientemente mobilizada para resistir ao golpe que o presidente Bolsonaro vem anunciando publicamente”.
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A nota encerra convocando “os democratas de todos os matizes, de os partidos políticos e organizações da sociedade civil se unirem para mobilizar o país e impedir ao golpe anunciado pelo presidente às eleições brasileiras e a implementação completa do neofascismo no Brasil”.
Confira na íntegra:
Bolsonaro anuncia para o mundo sua intenção de golpe
Na segunda-feira, 18 de julho, no Palácio do Planalto, em reunião com embaixadores de diversos países do mundo, o presidente Bolsonaro atacou o processo eleitoral e integrantes das mais altas cortes de justiça do país, num novo passo do processo de lançar descrédito sobre as instituições responsáveis pelas eleições no Brasil.
Ainda que este avanço no ataque ao processo eleitoral possa ser mais uma cortina de fumaça, como tantas do governo Bolsonaro, num momento em que sua reeleição não está sendo confirmada pelas pesquisas de intenção de voto, o discurso do presidente da República foi uma afronta à Nação.
Bolsonaro pretendeu demonstrar, neste anúncio ao mundo, que tem respaldo de parcela significativa do comando das Forças Armadas, pois não se afronta tão duramente a Constituição, as leis e as instituições políticas e de justiça sem contar com a garantia da força das armas.
O silêncio de parte da mídia tradicional, do presidente do Congresso Nacional e do Procurador Geral da República, bem como da maioria das instituições de representação empresarial e até mesmo de trabalhadores é evidência de que a sociedade civil não está suficientemente mobilizada para resistir ao golpe que o presidente Bolsonaro vem anunciando publicamente de não aceitar o resultado das eleições sob a justificativa de não confiar no processo eleitoral.
Com o anúncio internacional de suas intenções golpistas, o Presidente da República foi além do cometimento recorrente de crimes de responsabilidade ao longo de seu mandato, atingindo o patamar do crime de lesa pátria, que deveria receber punição rigorosa.
É hora de os democratas de todos os matizes, de os partidos políticos e organizações da sociedade civil se unirem para mobilizar o país e impedir ao golpe anunciado pelo presidente às eleições brasileiras e a implementação completa do neofascismo no Brasil.
Comitê em Defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito
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Edição: Marcelo Ferreira