O grupo Vocal Matricária, de Lomba Grande, Novo Hamburgo, região Metropolitana de Porto Alegre, lançou uma rifa solidária nesta quarta-feira (29). O objetivo da ação é custear a participação do grupo na Feira Latino Americana de Economia Solidária e Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop), que ocorre de 15 a 17 de julho em Santa Maria.
De acordo com as integrantes, o Matricária se desafiou a preparar um repertório para levar as vozes femininas ao palco da Feicoop como forma de fortalecer as lutas da Economia Solidária. E também como homenagem à Irmã Lourdes Dill, que foi transferida para o Maranhão aos 70 anos de idade, o que para o grupo ocorreu de forma desumana, fato que também atinge às demais mulheres e convoca a manifestar sororidade para com ela.
Para contribuir no custeio da viagem, o coletivo lançou uma ação solidária, no formato rifa. Quem desejar colaborar pode escolher seu número da sorte com a Tita Scalcon, por R$ 20 cada; fazer um Pix para Jacinta Scalcon/Tita - Chave Pix celular 51 980504631 e enviar comprovante para receber a confirmação do número.
Quem aderir concorre a quatro prêmios: uma cesta agroecológica no valor de R$ 150,00; dois almoços da Temperattis, no Sítio Pé na Terra; uma manta em tear, da Tenda da Pipa; um corte de cabelos do Salão Glamour.
O sorteio será realizado no Arraiá da Associação Cantalomba em prol do Grupo Vocal Matricária, na sexta-feira, dia 8 de julho, às 20h30, na Tenda da Pipa (Rua João Aloysio Algayer, 635, Lomba Grande, Novo Hamburgo). Nessa noite o coral dará uma mostra do seu repertório vocal.
Sobre o grupo
Criado dentro da Associação Cultural Cantalomba, na Lomba Grande, o grupo nasceu da compreensão de que fortalecer o feminino é essencial para promover as transformações necessárias na forma de viver. O coletivo tem aulas de canto e coordenação da regente Tita Scalcon, auxiliada pela estudante de Licenciatura em Música Natália Falkoski.
“O cuidado com a vida e os afetos são do feminino. Entendemos que erguer as nossas vozes para cantar as coisas da vida com o nosso jeito feminino de ser faz bem à Terra porque acreditamos que um mundo melhor é possível e já acontece também pelas mãos e pelas vozes das mulheres do Grupo Vocal Matricária”, salienta a integrante do coral, a artesã Suzi Gutbier.
Conforme outra artista integrante do coral, Chandra Machado, que sugeriu o nome Matricária, sua inspiração surgiu por ser um grupo de mulheres. “Traz doçura, aconchego, carinho e afeto que é sentido pelo feminino e através do feminino. Tão aconchegante como um chá de 'Matricária camomila', por isso pensei em pegar o nome emprestado, para transmitir todo esse sentido de feminilidade e de carinho maternal, matriarcal. Matricária vem de matrix, que no latim significa útero”, explica.
“A vida anda pesada com todos os desmontes de direitos, crise de empregos, pandemia... e nós, mulheres, sofremos todas essas dores e ainda precisamos dar conta da organização da vida, ser colo, ser suporte, ser estímulo para aqueles que amamos. Mas quem cuida de nós? Cuidamos umas das outras! É isso que queríamos, que nos moveu a estarmos juntas. A música, da forma como é trabalhada pela Tita Scalcon, é autocuidado, é caminho evolutivo e o canto coral é escola do fazer coletivo, como na economia solidária. Tem tudo a ver”, ressalta Suzi.
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Edição: Marcelo Ferreira