Rio Grande do Sul

Sem estrutura

Dossiê destaca situação precária das escolas estaduais gaúchas 

Segundo dirigente do CPERS, a maioria dos problemas verificados pelo sindicato é persistente 

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Dossiê Caravana da Verdade registrou precariedade em visita a 430 escolas em 160 municípios - Foto: Caco Argemi/CPERS Sindicato

Aulas no escuro e salas de aula interditadas, infiltrações nas paredes e risco de desabamento da fachada, equipamentos deteriorados e defasados, falta de recursos e de profissionais. Essas são algumas das situações observadas nas escolas estaduais do Rio Grande do Sul e divulgadas pelo Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS-Sindicato), nesta quarta-feira (4). Os dados levantados constam no Dossiê Caravana da Verdade, resultado da mobilização em que dirigentes do sindicato visitaram 430 escolas, de 160 municípios do estado, entre os dias 22 de fevereiro e 25 de março. 
  
“Enquanto o governo anunciou mais de R$ 1 bilhão para obras e qualificação de escolas no estado, a nossa caravana escancarou a realidade", afirma a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer. "Visitamos instituições com aulas em porão paroquial ou contêineres, com teto caindo, com rachaduras na parede e rede elétrica comprometida. Esse é o ‘avançar’ na educação proposto por Eduardo Leite e perpetuado pelo atual governador”, completa.

Conforme explica Helenir, em novembro de 2021 o sindicato realizou uma caravana e, nos meses de fevereiro e março, ela foi retomada. “Nós constatamos que a grande maioria dos problemas continuavam e agravaram-se”, ressalta. 

Segundo a presidente da entidade, em poucas escolas os problemas foram resolvidos desde a última visita. “Inclusive tem uma escola, a EEEF Hermeto José Pinto Bermudez, uma das maiores escolas de Uruguaiana. Depois que passamos na segunda caravana, fizemos novamente a denúncia como já fazíamos ano passado, quando finalmente resolveram a questão da luz”, exemplifica. 

De acordo com Helenir, o diagnóstico da entidade da segunda caravana é que o governo distribuiu recursos para as escolas sem critério nenhum. “Nós tivemos no litoral uma escola que precisa urgentemente ser acabada para os alunos saírem do lugar insalubre que estão e voltarem para sua escola de origem, que ganhou R$ 120 mil. Outra escola da cidade vizinha que tem todas as condições ganhou o mesmo valor", conta.

"Nós fomos nas Missões, em uma escola de Santo Antônio, uma escola agrícola ganhou R$ 70 mil, precisando de muito mais para manter a estrutura da escola. Então mais uma vez o governo Leite comprovou a sua má gestão por não ter critérios para utilizar os recursos públicos que saíram dos nossos impostos e que nós pagamos”, conclui a dirigente.  

A entidade visitou ao todo 430 escolas em todo o estado, sendo que 10 delas têm problemas estruturais graves, como é o caso da EEEF Dr. José Carlos Ferreira, em Porto Alegre. “Parte do prédio corre o risco de desabar. Ainda há problemas de infiltrações nas paredes e risco de desabamento da fachada. A instituição também aguarda a liberação da verba do governo”, destaca o relatório.

Além disso, o dossiê aponta que seis escolas estão com falta de RH, seis estão fora da sua sede original, três têm salas de aula interditadas, duas têm problema de infiltração, duas têm falta d’água, duas têm muro desabando, uma escola tem fechamento de turno e uma está fechada por obra inacabada.

O dossie já foi entregue para os 55 deputados e para o governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB).

Clique aqui para acessar o dossiê completo.


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Edição: Marcelo Ferreira