Porto Alegre volta a respirar ares de esperança e de luta a partir desta terça-feira (26), quando tem início, de forma conjunta, o Fórum Social das Resistências (FSR) e o Fórum Social Mundial Justiça e Democracia (FSMJD). Na manhã desta terça-feira (26), dia da marcha de abertura - que ocorre às 17h, com concentração no Largo Glênio Peres, em frente a Prefeitura da Capital -, as orgnizações realizaram um café da manhã com a imprensa, servido no Armazém do Campo, a fim de reforçar os objetivos e a programação dos eventos.
Os fóruns são preparatórios para o Fórum Social Mundial que ocorre no México, entre os dias 1º e 6 de maio. O FSMJD terá atividades focadas na transformação do sistema de justiça e na defesa da democracia, reunindo membros do judiciário com movimentos sociais para repensar as estruturas que perpetuam as desigualdades. Já o Fórum das Resistências traz movimentos sociais e organizações para debater saídas para as crises que se abatem sobre o mundo e o Brasil, que penalizam a população mais pobre e vulnerabilizada e o meio ambiente.
O forte sentido simbólico da realização dos dois eventos ao mesmo tempo na Capital foi destacado por Paula Freitas, uma das integrantes do FSMJD que falou durante a coletiva. “Acreditamos que isso é uma indicação clara da necessidade que tem surgido no mundo e que no Brasil tem se expressado tão bem, das resistências mais ampliadas”, disse ela, que integra a Rede de Estudos e Monitoramento Interdisciplinar da Reforma Trabalhista (REMIR-Trabalho).
Ela lembrou que não foi fácil mobilizar tantas pessoas, organizações e movimentos em período pandêmico e com todos os obstáculos criados pelo governo federal. “Temos enfrentado com todas as coragens e disposições para tentar superar e trazer o debate das questões que acreditamos serem importantes para a superação desse momento político mais amplo, mas também para o fortalecimento das forças sociais”, completou.
“Vivemos uma terrível crise ambiental, guerra, risco nuclear, avanço do neofascismo, crise social com desregulamentação do trabalho. É nesse contexto de resistência dos povos que se inserem os objetivos do Fórum Social das Resistências”, explicou Raul Carrion. Conselheiro do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), ele foi um dos que falou na coletiva pela organização do FSR.
Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), também pelo FSR, destacou ainda que o mundo inteiro vê o avanço de forças neofascistas. Lembrou também que o ultraneoliberalismo tem um projeto de extinção de parte da população, como ficou claro na pandemia da covid-19, momento no qual, se não fosse o SUS e as forças democráticas, muito mais gente teria morrido no Brasil.
“Essa integração dos dois fóruns vem para mostrar para o mundo que existe sim a possibilidade de nós vivermos numa sociedade onde haja justiça e democracia, e que através da resistência a gente pode vencer esse momento”, disse Pigatto.
Acompanhe a cobertura pelo Brasil de Fato
A marcha de abertura nesta terça tem início às 17h. Até sábado, centenas de debates e atividades culturais reunirão diversas entidades e movimentos de todo o Brasil. O Brasil de Fato RS vai transmitir alguns debates dos Fóruns nos próximos dias através de sua página no Facebook e, nesta terça, junto um grupo de imprensa alternativa e comunicadores populares, realiza a transmissão da marcha de abertura. Confira abaixo a transmissão e a programação completa:
Clique aqui para assistir à marcha de abertura dos fóruns
Fórum Social das Resistências: Programação | Inscrições
Fórum Social Mundial Justiça e Democracia: Programação | Inscrições
:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::
Edição: Marcelo Ferreira