Rio Grande do Sul

FUNCIONALISMO

Sindicatos pressionam governo do RS por aumento de 10,06%

Em reunião nesta quarta-feira (20), governador repetiu que o estado não tem condições de dar reajuste maior que 6%

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) recebeu os sindicatos de servidores para tratar da reposição da inflação para o funcionalismo - Foto: Bruna Karpinski

Após pressão dos trabalhadores do setor público, o governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), recebeu os sindicatos de servidores na manhã desta quarta-feira (20) para tratar da reposição da inflação para o funcionalismo. Foram duas horas de reunião no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF) com dirigentes de onze associações e sindicatos representantes de diversas categorias.

Os servidores reivindicam reajuste de 10,06%, índice que repõe apenas as perdas com a inflação de 2021. Contudo, o Executivo encaminhou à Assembleia Legislativa um projeto para corrigir o salário do funcionalismo em 6%.

"Mesmo diante da situação de penúria dos servidores, que acumulam mais de 57% de perdas, o governador se mostrou inflexível na ampliação do percentual”, disse Antonio Augusto Medeiros, presidente do Sindicato dos Servidores de Nível Superior do RS (Sintergs). Segundo ele, os dados apresentados pelo estado condicionam um cenário altamente pessimista e que não condiz com a realidade. “No final, foi aberta a possibilidade de negociar outros avanços, como a reestruturação das carreiras", relatou.

O governador destacou a importância de manter a disciplina fiscal nas contas do estado. “Estamos nos reunindo com as categorias e ouvindo as reivindicações, que são legítimas. Vamos primar pela transparência, e diálogo não vai faltar. Estou me reunindo com as categorias, que também estão sendo recebidas individualmente pela Casa Civil. Mas não posso ser irresponsável e propor algo que não caiba na legislação e nem no orçamento”, disse Ranolfo, lembrando que o estado agora tem um teto de gastos.

Um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que seria possível conceder reajuste de 10,06% (IPCA/IBGE relativo ao ano de 2021) aos servidores. Segundo esta análise, o índice reivindicado pelo servidores representaria um comprometimento de 43,4% da receita com despesa de pessoal, o que não atingiria o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal, que equivale a 46,55%.

Além do Sintergs, também participaram representantes do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers), União Gaúcha em Defesa da Previdência Social e Pública (União Gaúcha), Sindicato dos Servidores da Procuradoria-Geral do Estado (SindisPGE), Sindicato dos Servidores da Caixa Econômica Estadual (Sindicaixa), Sindicato dos Servidores Públicos Estado (Sindsepe), Sindicato dos Técnicos Tributários da Receita Estadual (Afocefe), Sindicato dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas do Estado (Sinapers), Associação dos Técnicos Administrativos (Astap), Associação dos Servidores do Quadro dos Técnico-científicos do Estado (Asters) e da Associação dos Analistas de Planejamento, Orçamento e Gestão do Estado (Aapog-RS).

Ranolfo se comprometeu a agendar nova rodada de reuniões para tratar dos pleitos específicos de cada sindicato. Também participaram do encontro o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos Júnior, e o deputado Frederico Antunes (PP), líder do governo.

* Com informações do Sintergs e do Governo do RS


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Edição: Marcelo Ferreira