Rio Grande do Sul

Luta por direitos

Servidores da Segurança Pública do RS protestam por reposição no segundo dia de paralisação

Trabalhadores reivindicam perdas acumuladas em oito anos, que chegam a 23%; governo propõe reposição salarial de 6%

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Servidores da Segurança Pública foram até o Palácio Piratini para cobrar reajuste digno do governo do estado - Foto: Divulgação

Servidores da Segurança Pública realizam, nesta quinta-feira (31), em diversas cidades gaúchas, o segundo dia de paralisação das suas atividades para dialogar com a sociedade gaúcha a respeito da precarização da categoria. Na Capital, o protesto ocorre em frente ao Palácio Piratini para pressionar o governo por reposição salarial justa, no dia em que toma posse o novo governador, o delegado Ranolfo Vieira Junior (PSDB).

Com algumas categorias amargando oito anos sem reposição salarial, os trabalhadores da Segurança Pública reivindicam pelo menos as perdas acumuladas, que chegam a 23%. A proposta de Eduardo Leite (PSDB), anunciada aos deputados na terça-feira (29), de 6% de reajuste para os servidores estaduais, deixou os policiais civis descontentes, pois não repõe nem mesmo as perdas do ano de 2021.

A mobilização é puxada por entidades sindicais de diversas categorias da Segurança: UGEIRM Sindicato, ACP-RS, ACRIGS, AMAPERGS, ASDEP, ASPAPI, SINDIPERÍCIAS e SINPOL-RS. Segundo a UGEIRM Sindicato, que representa os agentes de polícia do Rio Grande do Sul, as entidades estão reunidas com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdecir Oliveira (PT), pleiteando uma intermediação para a abertura de negociação com o governo.

“Dias do Diálogo da Segurança Pública”


Policiais civis de São Luiz Gonzaga em frente à delegacia durante a paralisação / Foto: Divulgação UGEIRM

Na terça-feira (29), ocorreu o primeiro dia de paralisação no estado. Na avaliação da UGEIRM, a mobilização foi um sucesso, com a adesão de todas as regiões do estado. No Interior, houve paralisação e os servidores foram para a frente das delegacias dialogar com a sociedade.

Em Porto Alegre, houve manifestação em frente ao Palácio da Polícia, onde também conversaram com a população. Na tarde, uma comitiva se deslocou ao Parlamento gaúcho para sensibilizar os deputados e pedir apoio para as reivindicações.

O presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, destaca a importância da mobilização para pressionar o governo. Para ele, é importante mostrar que já se verifica sinais de reversão na queda dos índices de criminalidade, principalmente no Interior e que, se o governo continuar tratando os servidores dessa forma, a tendência é que o cenário se aprofunde. “Até agora fizemos muito com cada vez menos. Mas essa situação não vai continuar e quem sofre é a população, com o aumento da violência”, completa.

Para Saulo Felipe Basso dos Santos, presidente da AMAPERGS, que representa os servidores penitenciários do RS, o governo precisa entender a demanda. Ele recorda que no dia 23 de março, mais de cinco mil servidores da área da segurança pública participaram de um grande ato em Porto Alegre.

“O governo precisa estabelecer uma linha de negociação franca com as categorias da área da Segurança para reposição salarial de fato. Os servidores da área da Segurança, como servidores das penitenciárias, nunca pararam e merecem uma valorização justa. Estivemos na linha de frente ao longo da pandemia de coronavírus e vamos, mobilizar com força, para sermos ouvidos e valorizados”, destaca.

A mobilização nesta quinta-feira no Interior seguiu o formato de terça, com paralisação das atividades nas delegacias em diversas cidades e abertura de diálogo com a população.

* Com informações do UGEIRM e da AMAPERGS


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Edição: Marcelo Ferreira