Rio Grande do Sul

COPA LIVRE

Operação do MP investiga supostas irregularidades em contratos da Prefeitura de Canoas (RS)

Operação cumpriu 81 medidas cautelares; prefeito Jairo Jorge (PSD) e outros cinco servidores foram afastados

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Operação Copa Livre apura possível organização criminosa na prefeitura composta por grupo político e empresarial - Foto: Tiago Coutinho / MPRS

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP) desencadeou, na manhã desta quinta-feira (31), a operação Copa Livre, investigação que apura possíveis crimes de corrupção e formação de organização criminosa na Prefeitura de Canoas (RS). Seis pessoas foram afastadas de seus cargos: o prefeito Jairo Jorge (PSD), um assessor direto do gabinete, o secretário de Planejamento e Gestão, o secretário de Saúde e dois servidores.

O desembargador Newton Brasil de Leão, da 4ª Câmara Criminal do TJRS, determinou o afastamento do prefeito e dos outros cinco servidores por 180 dias. Ele negou os pedidos de prisão preventiva, mas determinou medidas cautelares alternativas, como a proibição dos investigados de ingressarem nas dependências da Prefeitura ou secretarias. Também há proibição para visitar sedes e diretórios dos partidos Avante e PSD.

Assume a Prefeitura de Canoas o vice, Nedy de Vargas Marques (Solidariedade). Ele foi vereador por seis mandatos consecutivos no município e ocupou a presidência da Câmara Municipal em seis ocasiões. 

Empresas também são investigadas

O MP informa que foram cumpridas 81 medidas cautelares contra 24 pessoas físicas e 15 empresas, em instituições e órgãos públicos de Canoas, Porto Alegre, São Paulo (SP), São Bernardo do Campo (SP), Barueri (SP), Santana do Parnaíba (SP), Nova Iguaçu (RJ), Niterói (RJ) e Contagem (MG). Sete dessas empresas foram proibidas de contratar com o poder público.

A ação apura possíveis crimes de peculato, corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica, supressão de documentos, fraude à licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro em contratações diretas, com dispensa de licitações, promovidas pela Prefeitura de Canoas a partir de janeiro de 2021. Entre os contratos investigados, que somam R$ 66,7 milhões, estão a gestão do Hospital de Pronto Socorro de Canoas, a prestação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a contratação de serviços de limpeza e copeiragem.

O outro lado

O advogado Jader Marques, que representa Jairo Jorge, se manifestou em nota oficial: "O prefeito Jairo Jorge dará todas as explicações e prestará todas as informações, como faria se fosse solicitado pela forma não violenta. Eu vou buscar acesso às investigações e farei, no momento oportuno, a devida manifestação sobre as medidas que serão tomadas em defesa do prefeito de Canoas".

O prefeito Jairo Jorge afirmou ter sido surpreendido pela ação do Ministério Público do Rio Grande do Sul. "Estou perplexo com as graves acusações e ataques à minha honra, mas sigo acreditando na Justiça e tendo a convicção de que todos os fatos serão devidamente esclarecidos."


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Edição: Katia Marko