Rio Grande do Sul

Teatro

Manifesto de uma Mulher de Teatro marca a retomada das atividades na Terreira da Tribo

Performance traz ao centro da arena a vociferação contra a engrenagem de violências às quais mulheres são submetidas

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Aprentação acontece nesta sexta-feira (11), com entrada franca - Foto: Eugênio Barboza

Após dois anos fechada, devido à pandemia da covid-19, a Terreira da Tribo retoma suas atividades presenciais nesta sexta-feira (11), às 20h, com a apresentação única da performance "Manifesto de uma Mulher de Teatro", com a atriz Tânia Farias. O evento também se propõe a contribuir nas discussões do 8 de março - Dia Internacional da Mulher. A entrada é franca. A Terreira fica na rua Santos Dumont, 1186.

Partindo da personagem Ofélia, de um dos textos mais contundentes da dramaturgia contemporânea, Hamlet Machine de Heiner Müller - marcante na trajetória da atriz Tânia Farias -, a performance traz ao centro da arena a vociferação contra a engrenagem de violências às quais mulheres são continuamente submetidas. 

"Trazer mulheres na boca, evocá-las, dizer seus nomes, contar suas histórias é a motivação central dessa ação ainda em construção. As mulheres que cruzam o meu caminho estarão compondo esse texto manifesto", conta a atriz Tânia Farias que, como sempre, carrega consigo toda a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz.

No palco, se ouvirá vozes como a de Violeta Parra, Gioconda Belli e da própria atriz, que ousa contar detalhadamente sua história pessoal de violência sofrida e intercruzar com outra real, a de Magó, bailarina barbaramente violentada e assassinada em 2020, ao qual a atriz presta homenagem. "Ter suas histórias relatadas e performadas compõe um ato político contra a violência de gênero, intermediado pelas provocações do sensível, capacidades próprias de uma mulher de teatro. É compartilhar mais uma importante etapa de construção da reflexão dessa mulher de Teatro num momento tão trágico, de autorização de todo tipo de barbárie contra mulheres, negros, lgbtqia+ e tudo o que o conservadorismo dessa elite atrasada considera uma ameaça ao seu projeto de morte, de não corpo e de não felicidade", explica Tânia. 

Após a apresentação terá bate-papo

Logo após a performance que dura 35 minutos, haverá um espaço para depoimentos e debate com algumas mulheres. Foram convidadas:

Fernanda Melchionna, deputada federal (PSOL/RS), vice-líder do PSOL e da Oposição na Câmara dos Deputados. Foi candidata pelo PSOL à Prefeitura de Porto Alegre nas eleições de 2020. Como deputada foi eleita a 11ª Melhor Deputada Federal pelo júri popular no Prêmio Congresso em Foco 2021, um dos prêmios mais tradicionais da imprensa brasileira. É natural de Alegrete (RS) e a primeira parlamentar bibliotecária da história da Câmara dos Deputados. Esteve como vereadora de Porto Alegre durante 10 anos. É feminista, ativista social, sendo referência na luta por transporte público de qualidade, moradia digna e popular, defesa do serviço público, defesa da cultura, defesa da leitura e educação de qualidade e combate aos privilégios dos ricos e dos políticos e a corrupção. 

Atena Beauvoir, escritora, professora e editora. Licenciada em Filosofia pela UFPEL, Mestranda em Antropologia pela UFRGS é autora de 6 obras entre contos e poesias e finalista do prêmio Minuano 2019 com a obra “Contos Transantropológicos". É organizadora dos Slam do Gozo, Slam do Espinho e Slam da Voz. Recebeu menção honrosa em 2016 pela defesa da dignidade de pessoas LGBTS na cidade de Canoas/RS.

Katia Marko, jornalista, editora do Brasil de Fato RS, diretora do Sindjors, coordenadora do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) e do comitê gaúcho do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). 

Leticia Fagundes, tem 46 anos, é mãe de 5 mulheres, Produtora Cultural de Periferia, artivista social, militante do MNU, delegada do OP e do Cmdua, Secretaria Geral do CMC, trabalha com mulheres e crianças de alta vulnerabilidade social no projeto Convergências de lutas femininas.


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Edição: Katia Marko