Rio Grande do Sul

8 de março

Mulheres são recebidas pela secretária da Agricultura e cobram medidas contra estiagem

Encontro aconteceu na manhã desta quarta-feira (9), um dia depois do ato simbólico de ocupação da secretaria 

Brasil de Fato | Porto Alegre |
No dia 16 está prevista uma reunião com todas as secretarias envolvidas para anunciar novas medidas sobre o problema da estiagem - Carol Lima

Na manhã desta quarta-feira (9) mulheres da agricultura familiar e camponesa do Rio Grande do Sul foram recebidas em audiência pela secretária estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Silvana Covatti, em Porto Alegre. Participaram representações da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetraf-RS), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), junto com a CUT-RS. 

O encontro aconteceu um dia após a ocupação simbólica do pátio da Secretaria, feita por cerca de 200 mulheres do campo, por ocasião do 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres.

No encontro, as trabalhadoras exigiram urgência nas respostas dos governos estadual e federal sobre a pauta de reivindicações que foi protocolada em dezembro do ano passado junto à Secretaria. A pauta foi tratada depois em reunião com o governador Eduardo Leite (PSDB), em 10 de janeiro. No dia 16 de fevereiro foi reforçada, quando o conjunto das organizações da agricultura familiar e camponesa ficou um dia em frente à Secretaria e depois se reuniu com o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, e o secretário adjunto da Agricultura, Luís Fernando Rodrigues Jr.

“A nossa reivindicação é que o estado anuncie as medidas concretas e urgentes, como o auxílio emergencial no valor de um salário mínimo e o crédito emergencial no valor de dez mil reais. Além de outras políticas estruturantes para a agricultura familiar que tanto vem sofrendo com a estiagem”, destacou a secretária-geral adjunta da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS) e diretora da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetraf-RS), Cleonice Back. 
 
Durante a reunião com a secretária, as mulheres expuseram a realidade pela qual estão passando. “O pequeno agricultor é o que mais sofre, pois não tem de onde tirar. Nós temos uma rede de cozinhas comunitárias que recebia doações desses pequenos agricultores e agora estamos com dificuldades de tocar esse trabalho por conta do encarecimento dos preços e também pela diminuição das doações”, apontou Isabel Klein, moradora da Lomba do Pinheiro e integrante da coordenação estadual do Movimentos dos Atingidos por Barragem (MAB).

“É um pedido de mãe, de mulher, daquela que vê quase faltar o feijão no prato do filho porque faltou chuva. É um apelo de mulher para mulher. E não é porque não queremos trabalhar, mas porque estamos enfrentando muitas dificuldades por conta da estiagem”,  frisou Sílvia Marques, integrante da direção estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais do RS (MST).

Conforme informou Cleonice, após o final da reunião, a secretária disse que uma resposta será dada nos próximos dias. Ela também apresentou um estudo para beneficiar 137 mil famílias, através do auxílio emergencial e do crédito emergencial com juros zero. Essas minutas já estão com o governador e dependem da aprovação da Secretaria da Fazenda.

A secretária informou que no próximo dia 16 o governo do estado fará uma reunião com todas as secretarias envolvidas para anunciar novas medidas sobre o problema da estiagem. Mais de 400 municípios gaúchos já decretaram situação de emergência por causa da seca.

“Nossa expectativa é que de fato no dia 16 o governo anuncie essas medidas. Nós estamos pedindo socorro e precisamos que essas medidas cheguem lá na ponta. Os nossos agricultores familiares estão sofrendo muito com a estiagem, tendo perdas enormes e até o momento não chegou nenhuma política pública concreta por parte do governo do estado e do governo federal”, alertou Cleonice.

*Com informações da CUT-RS 


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Edição: Katia Marko