A bancada de vereadores do Partido dos Trabalhadores (PT) no Legislativo de Porto Alegre será totalmente integrada por mulheres na semana do Dia Internacional da Mulher. A política de rodízio de nomes é uma política do PT de Porto Alegre desde 2013.
A vereadora Laura Sito, que é titular, se manteve no cargo e assumiu a liderança da bancada do PT e da Oposição na Casa. Os vereadores Leonel Radde, Aldacir Oliboni e Jonas Reis se licenciaram para dar lugar às suas companheiras mulheres. Em seus lugares assumiram as suplentes Iyá Vera Soares, Carla Ribeiro e Palmira Fontoura.
Durante a sessão de segunda-feira (7), a vereadora Laura Sito foi convidada a presidir os trabalhos pelo atual presidente, Idenir Cecchim (MDB). Dessa forma, ela passa a ser a primeira e única mulher negra na história da Casa a assumir este cargo. A bancada seguirá com esta mesma composição durante a sessão dessa quarta-feira (9).
"Essa semana foi muito importante, pois, mais uma vez, nosso partido reafirmou o compromisso com a agenda feminista, com o impulsionamento à representação feminina, garantindo uma bancada 100% feminista nessa semana do 8 de março", afirma Laura Sito.
Afirma que a política de rodízio tem o intuito de construir novas lideranças, que são muitas vezes espremidas no processo eleitoral, através da disparidade econômica na disputa e das próprias questões estruturais do racismo e do machismo.
"Acredito que tivemos resultados que são singulares: a minha própria eleição, sendo a primeira mulher negra do PT a ser eleita [para a Câmara], assim como a nossa primeira suplente, Reginete Bispo. É fruto de um processo de afirmação de uma agenda política", contextualiza Laura. Ela também afirma que fica feliz em poder simbolizar esse processo com a condução da Bancada do PT no Legislativo municipal, quanto na liderança da bancada de Oposição.
Durante a sessão plenária, Palmira Fontoura agradeceu aos eleitores e falou sobre o orgulho de ser mulher e mãe. Já Vera Soares (PT) disse que representa a força de luta pela igualdade social dos povos e que a Casa precisa debater as reparações históricas. Carla Ribeiro, por sua vez, disse que busca por justiça pela morte de seu filho, um jovem negro de 15 anos assassinado por um PM e que a principal luta de sua vida é apoiar as mães que perderam seus filhos para a violência.
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Edição: Katia Marko