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Lula recebe apoio de ativistas alimentares em encontro no restaurante da apresentadora Bela Gil

Integrantes da rede Slow Food Brasil e parceiros manifestam apoio à candidatura de Lula em 2022

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Lula foi recebido em evento no restaurante da ativista alimentar e apresentadora Bela Gil - Foto: Ricardo Stuckert

O restaurante Camélia Ododó, da nutricionista, ativista alimentar e apresentadora Bela Gil, foi palco na última quinta-feira (24) de um jantar entre militantes pela Comida de Verdade e o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (Partido dos Trabalhadores).

Agricultores, referências sociais, políticas, acadêmicas e culturais nas áreas de alimentação, nutrição e ecogastronomia participaram do coquetel, tendo como anfitriãs a própria Bela Gil, a chef de cozinha Bel Coelho e a comunidade Levante Slow Food Brasil.

Também participaram do encontro Regina Tchelly do projeto Favela Orgânica, Denise Cardoso, presidente da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), Lina Luz da Escola de Gastronomia Social do Ceará, Marcos José de Abreu (Marquito), ambientalista e vereador pelo PSOL em Florianópolis, e Juliano de Sá, presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) do Rio Grande do Sul.

Segundo a integrante da rede Slow Food Brasil, a nutricionista Bruna Crioula, o encontro visava declarar apoio nas ações de campanha para o ex-presidente, como também promover o diálogo e reforçar a importância de considerar as pautas de soberania e segurança alimentar e nutricional, combate à fome e fortalecimento da agricultura familiar agroecológica e/ou orgânica no seu plano de governo. "As participações demonstraram a diversidade de experiências locais brasileiras comprometidas com as lutas pela garantia do direito humano à alimentação adequada para a população brasileira", salientou.

Segundo ela, a defesa da Comida de Verdade, noção forjada tanto no âmbito da Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, Agroecologia e Alimentação Saudável e Adequada, é uma bandeira comum na mobilização social para promover mudanças radicais nos sistemas alimentares, assim como no enfrentamento à fome e à crise climática global. "Nesse sentido, a rede Slow Food Brasil tem uma trajetória de mais de 20 anos de atuação no território nacional, comprometida com estas pautas, tendo a gastronomia sustentável e a conexão campo-cidade como foco de trabalho em todas as regiões do país."

"A alimentação saudável tem que entrar na pauta"


Lula reforçou a necessidade de criar mecanismos de proteção para as políticas públicas ligadas à Segurança Alimentar e Nutricional / Foto: Ricardo Stuckert

Lula compartilhou histórias vividas em sua caminhada relacionadas aos sistemas alimentares brasileiros apresentando sua dedicação às lutas de combate à fome e garantia de acesso a alimentos para populações em situação de extrema vulnerabilidade social. Reforçou a necessidade de criar mecanismos de proteção para as políticas públicas ligadas à Segurança Alimentar e Nutricional e que esses temas sejam amplamente divulgados entre a população.

“O Brasil precisa entrar num novo tempo. É preciso popularizar. É preciso tirar o conceito de alimentação saudável/orgânica da boca dos especialistas para a boca do povo”, afirmou o ex-presidente. Para Lula, a alimentação saudável tem que entrar na pauta tanto quanto assuntos como emprego e educação, demonstrando o compromisso com as demandas compartilhadas durante a roda de conversa no Camélia. 

A anfitriã Bela Gil afirmou que este encontro foi um passo em direção à democratização dos significados da alimentação saudável. Ela lembrou que a fome é um projeto político que retira das pessoas a possibilidade de autonomia para fazer escolhas alimentares adequadas. Também reforçou a necessidade de incluirmos a reforma agrária de maneira transversal nas políticas públicas agrárias, ambientais e de promoção à saúde. “Democratizar a alimentação significa democratizar a terra. O Brasil é um dos países com maiores índices de concentração de terra, resgatar a reforma agrária é fundamental”, afirma Bela.


"Esperança e força foram expressões muito mencionadas num consenso do coletivo presente de enfrentar os desafios postos durante a campanha presidencial este ano", afirmou Bruna Crioula / Foto: Ricardo Stuckert

Para Bruna, o evento foi um espaço fraterno de partilha de experiências múltiplas de pessoas que trazem nas suas trajetórias o empenho nas lutas por soberania e segurança alimentar e nutricional. No decorrer do encontro, a comunidade Levante Slow Food Brasil presenteou o presidente com um estandarte confeccionado pelo coletivo de mulheres Linhas de Sampa para o evento internacional da rede Slow Food Terra Madre, ocorrido em 2018 na Itália. Com a mensagem “Lula Livre” em inglês e italiano, o emblema era um ato de denúncia à prisão do presidente em Curitiba no mesmo ano. "Foi um momento que marca toda a emoção e entusiasmo com que o jantar aconteceu."

Acesse a carta de apoio elaborada pelos ativistas alimentares aqui.


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Edição: Katia Marko