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Coluna

O plano macabro por trás da visita à Rússia

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"A informação de guerra e invasão da Ucrânia, vem camuflar o verdadeiro motivo dessa visita 'bolsonarística' à Rússia, transformando tudo isso num ato heroico e diplomático do presidente do Brasil em impedir a terceira guerra mundial" - Mikhail Klimentyev / Sputnik / AFP
O jogo será sujo, mas da nossa parte, estaremos de vassoura na mão para varrer a sujeira para longe

"Eu tenho vontade de conhecer a Rússia. Sua história, arquitetura, seu povo e sua cultura." Esse é um comentário de alguém que ama investigar, conhecer e analisar por meio dos elementos da historiografia, acontecimentos, materiais e fatos que marcaram a história na qual, o ser humano protagoniza.

Existem outras possibilidades, opções e objetivos que podem marcar uma visita ao território que outrora encheu o mundo de esperança por meio de seu povo e seus processos revolucionários. Então a pergunta que não se cala: o que um presidente como Bolsonaro que, nada têm de interesse nessa história, vai fazer na Rússia em meio à turbulência da ameaça de invasão da Ucrânia e no ano das eleições presidenciais no Brasil?

O que vimos na última semana nas mídias foi um bombardeio de informações, ora com críticas, ora com elogios ao ato de Bolsonaro estreitar relações com a Rússia. Já há quem fique neutro a tudo isso, acreditando que o fato não afeta em nada o Brasil. O fato é que, não só afeta o Brasil, mas também vem diretamente ao encontro do processo eleitoral que estamos prestes a entrar.

Mais uma vez a cultura e todas as transformações que ela vem passando, influencia diretamente na população. A cultura da tecnologia, da internet e a moda das "fake news" que elegeu Bolsonaro estão em pauta. A informação de guerra e invasão da Ucrânia, vem camuflar o verdadeiro motivo dessa visita "bolsonarística" à Rússia, transformando tudo isso num ato heroico e diplomático do presidente do Brasil em impedir a terceira guerra mundial. Ingenuidade daqueles que espalham e acreditam nessa bobagem.

Antes de tudo, o que está arquitetado na cabeça fascista e autoritária de um grupo que se apossou do poder no Brasil é exatamente o salvamento e redenção do seu soberano. Àquele a que Bolsonaro bate continência até nos piores sonhos: Donald Trump. Na sequência, com fé no seu líder e porto seguro, esse mesmo grupo planeja (agora com estratégia diferente e com a máquina pública nas mãos) o seu "jogo sujo" eleitoral para, definitivamente concretizar e fortalecer um poder absoluto, justificando assim suas ações e medidas mais insanas.

A cultura da tecnologia, das "fake news", do Telegram, as articulações tóxicas para envenenar com informações fantasiosas a população, o poder a qualquer custo, o ódio de classe e a arma na mão para matar negros, mulheres, pobres, sem terras, sem teto, comunidade LGBTQI+ e os comunistas (todo (a) e qualquer cidadão (ã) que se oponha ao grupo bolsonarista, será o cenário que encontraremos nas ruas esse ano de eleições no país. O jogo será sujo, mas da nossa parte, estaremos de vassoura na mão para varrer a sujeira para longe do Brasil. Sairemos vitoriosos (as) e a democracia salva das mãos dos aventureiros milicianos.

* Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Katia Marko