Rio Grande do Sul

Coluna

O criminoso bloqueio contra Cuba

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"O bloqueio evoluiu para o ato mais complexo, prolongado e desumano de guerra econômica, comercial, midiática cometido contra qualquer nação" - Arte: Osval
Esta política de cerco econômico desperta uma rejeição praticamente unânime e universal

No último dia 3, o bloqueio mantido pelo governo dos Estados Unidos contra Cuba completou 60 anos. É a expressão de uma política hostil, injusta e desumana que há muitos anos atinge a economia da ilha e além de suas fronteiras, dada sua natureza extraterritorial. Em 3 de fevereiro de 1962, o bloqueio foi oficializado pelo então presidente Kennedy, com a assinatura da ordem executiva 3447. E, em 7 de fevereiro começou a vigorar.

O bloqueio é uma agressão permanente, um sistema de medidas coercitivas e uma ferramenta essencial na União Política dos Estados. Nos documentos oficiais do governo dos Estados Unidos estão descritos qual é o objetivo do bloqueio que é privar o povo cubano de recursos essenciais para suas vidas, é impedir o desenvolvimento normal da economia cubana.

Esta é a décima terceira administração que opta por manter esta política contra Cuba. Embora tenha sido oficializado em 1962, as medidas do bloqueio acompanham desde o triunfo da Revolução Cubana e historicamente tem havido inúmeros pretextos para manter o bloqueio contra o país.

Entre os pretextos, declarar Cuba Estado patrocinador do terrorismo, como ameaça bioterrorista e desestabilizadora da região. Mas lembramos que desde o triunfo da Revolução Cubana, o povo cubano foi afetado por medidas do bloqueio e nesse período ocorreu a desapropriação dos 400 milhões de dólares pertencentes a Cuba e que estavam em bancos americanos.

O bloqueio evoluiu para o ato mais complexo, prolongado e desumano de guerra econômica, comercial, midiática cometido contra qualquer nação. Seus efeitos limitaram as possibilidades de desenvolvimento econômico, pois visa impedir as relações comerciais com terceiros países, dificultar ao máximo as operações bancário-financeiras, coibir o investimento estrangeiro e cortar todas as fontes de renda.

Desde 2019, as medidas de coerção econômica atingem uma agressividade qualitativamente maior. Aplicam-se medidas de guerra não convencionais, impróprias para tempos de paz, num esforço para privar Cuba do abastecimento de combustível.

No contexto do enfrentamento à covid-19, o reforço do bloqueio atinge limites insuspeitados de crueldade, ao dificultar doações solidárias, tentar impedir o desenvolvimento de vacinas cubanas e limitar as possibilidades de acesso a medicamentos e insumos básicos. Durante a pandemia, e ao longo destes 60 anos, o bloqueio teve um custo humano incalculável e várias gerações o sentiram em primeira mão.

Esta política de cerco econômico desperta uma rejeição praticamente unânime e universal. Além do apoio esmagador à resolução aprovada pela 29ª vez pela Assembleia Geral das Nações Unidas, há constantes reclamações e denúncias de ações de pessoas, organizações e instituições em todo o mundo, inclusive nos Estados Unidos.

Desde 1959, treze presidentes ocuparam a Casa Branca. Com certas nuances, em todos os casos foi permanente o compromisso de causar o colapso econômico e a insustentabilidade do projeto revolucionário através da aplicação estrita do bloqueio. Parece que 60 anos não foram suficientes para perceber que não cumpriu, nem cumprirá, os objetivos dos seus promotores, pois o povo cubano continuará resistindo com os ideais de Martí a Fidel Castro, construindo uma sociedade mais justa, fraterna, solidária e socialista.

#PeloFimdoBloqueioaCuba
#NoMásBloqueo

* Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Katia Marko