O projeto Cultura Doadora realiza nesta terça-feira (18), às 19 horas, o painel virtual “Medula Óssea: Doação, transplante e a vida pós transplante”. O tema será tratado pelo médico hematologista, Marcelo Capra, e as irmãs Flávia e Fernanda Lima Moreira, doadora e receptora de medula, procedimento realizado há 23 anos.
No RS foram realizados 225 transplantes de medula em 2021 e 223 pacientes aguardam em lista para o procedimento, de acordo com a Central de Transplantes do estado. A procura por fazer parte do cadastro de doadores caiu mais de 30% na pandemia.
Necessitam de transplante de medula pacientes com câncer, como as leucemias; com medula óssea incapaz de produzir células do sangue ou com doença genética, como anemia falciforme e talassemia.
O que é a medula óssea
A medula óssea é um tecido líquido que ocupa o interior dos ossos (tutano), considerada a fábrica do sangue, onde se desenvolvem as células sanguíneas: os leucócitos (glóbulos brancos), as hemácias (glóbulos vermelhos), e as plaquetas.
Os leucócitos são os agentes mais importantes do sistema de defesa do organismo, protegendo de infecções. Pelas hemácias, o oxigênio é transportado dos pulmões para as células de todo o organismo e o gás carbônico é levado destas para os pulmões para ser expirado. As plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue.
Experiências e quadro atual
O painel terá a participação da jornalista, Flávia Lima Moreira, 40 anos, que aos 16 anos foi doadora de medula para Fernanda Lima Moreira. É co-fundadora do Instituto Pietro, voltado a ampliar cadastros de doadores de medula óssea e melhorar a infraestrutura para os transplantes. Fernanda, 42 anos, é publicitária e aos 19 anos foi diagnosticada com leucemia e precisou realizar o transplante.
O médico Marcelo Eduardo Zanella Capra é coordenador do Serviço de Hematologia e Oncologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição e professor do Programa de Pós-Graduação em Avaliação de Tecnologias em Saúde para o Sistema Único de Saúde. Médico do serviço de Hematologia e Transplante de Medula nos hospitais Mãe de Deus e Santa Casa de Porto Alegre. Preside o Departamento de Hematologia e Hemoterapia da Associação Médica do Rio Grande do Sul, membro das sociedades brasileira e americana de Hematologia e Transplante de Medula Óssea.
Ser doador é fácil
Para se tornar doador, o voluntário deve ir a uma das unidades habilitadas, espalhadas por todo o Rio Grande do Sul, cadastrar seus contatos e retirar uma pequena quantidade de sangue, que irá para o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).
A coleta de sangue é feita apenas uma vez e o doador fica cadastrado até completar 60 anos, tendo sua compatibilidade automaticamente verificada. Caso seja compatível com algum integrante da lista de espera, é questionado se deseja fazer a doação. Telefones e endereços precisam estar sempre atualizados a fim de possibilitar a localização do voluntário.
Cadastro único
O Brasil criou o Redome em 1993, um cadastro informatizado que reúne dados de voluntários à doação de medula para pacientes que precisam do transplante. O sistema cruza as informações genéticas para encontrar doadores compatíveis e nos casos positivos contata o doador para a coleta. O primeiro transplante no Brasil ocorreu em 1995 em São Paulo.
Atualmente o Redome conta com cinco milhões de doadores cadastrados, sendo o terceiro maior do mundo. Financiado com recursos públicos, incialmente ficava localizado em São Paulo e desde 1998 é coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), no Rio de Janeiro.
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Edição: Katia Marko