Os números de contágios da covid-19 confirmados nesta semana no Rio Grande do Sul confirmam a forte aceleração da circulação do vírus. Entretanto, o número de óbitos não acompanha a proporção de crescimento. Já os hospitais começam a sentir o aumento da demanda, principalmente nas internações em leitos clínicos.
Desde terça-feira (11), o estado voltou a registrar mais de 10 mil pessoas infectadas por dia, conforme dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES). Nesta sexta-feira (14), foram 14.345 novas infecções. Este é o maior número de casos em um dia desde o início da pandemia – com exceção do dia 23 de julho, quando foram computados 64.056 casos, devido a dados represados no sistema.
Nos últimos sete dias, foram 61.552 novas contaminações, o que supera o total de casos registrados na soma dos meses de novembro e dezembro, que foi de 42.803 casos. Na semana passada, 18.876 pessoas tiveram confirmação da doença, enquanto na última semana de dezembro foram 5.755 casos.
Importante considerar que o número divulgado pela SES é de casos diagnosticados através de teste. Porém, devido a alta de casos, existe a possibilidade de subnotificação, visto que muitas pessoas não chegam a fazer a testagem. Na semana passada, a pasta declarou transmissão comunitária da variante ômicron do coronavírus no estado.
Desde o início da pandemia, o RS acumula 1.581.887 casos confirmados da doença, sendo o quarto estado do país com maior número de infecções, conforme dados do Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass).
O número de vítimas fatais em decorrência da doença apresentou leve alta nesta semana. Com os 8 óbitos confirmados nesta sexta, a média móvel subiu para 6 óbitos/dia. Na primeira semana de janeiro a média ficou em 5, a mesma da última semana de dezembro. O aumento interrompe a sequência de queda que vinha sendo registrada desde o último pico da doença, no primeiro semestre de 2021.
Ao todo, 36.521 pessoas perderam a vida para a covid-19 no estado desde o início da pandemia.
Hospitalizações em alta
Os hospitais gaúchos já sentem a pressão da nova onda de casos nas internações em leitos clínicos, após a queda constante verificada nos últimos meses de 2021. Nesta sexta, 466 pessoas com covid-19 confirmada e 281 com suspeita estão internadas.
Os atuais casos confirmados em leitos clínicos são o dobro do registrado na sexta-feira passada, quando 234 pessoas estavam internadas, e mais que o triplo do registrado no dia primeiro de janeiro, quando 142 estavam internados.
As hospitalizações em UTIs também estão aumentando desde o começo do ano, porém em menor proporção. Nesta sexta, 198 pessoas com a doença confirmada e 117 suspeitos estão sob cuidados intensivos. Na semana passada, eram 163 casos confirmados em UTIs, enquanto no dia primeiro de janeiro eram 155.
A taxa de ocupação de leitos de UTI adulto também apresenta tendência de alta, estando na marca de 54,3% na tarde desta sexta-feira. No início do ano, a taxa chegou a permanecer quatro dias abaixo de 50%. No entanto, diferente de outros estados que já apresentam situação crítica, a taxa está abaixo do nível de alerta de 60%.
Dos 2.390 leitos de UTI do Sistema Único de Saúde (SUS) disponíveis em hospitais gaúchos, 1.187 estão ocupados, o que representa 49,7% de ocupação. Já nos hospitais privados, dos 800 leitos de UTI, 544 estão sob uso, uma taxa de ocupação de 68%.
Segunda semana com todas as regiões sob Aviso
Na terça-feira (17), pela segunda semana consecutiva, o governo gaúcho emitiu Avisos para todas as 21 Regiões Covid do estado. Na ocasião, o Executivo destacou o aumento dos casos e internações, porém avaliou não emitir Alertas, mas antes dialogar com as regiões. “Estamos analisando os números diariamente e, se for necessário, emitiremos Alertas antes da próxima reunião do Gabinete de Crise”, afirmou o governador Eduardo Leite.
Segundo o governo, o aumento do fluxo de pessoas no Litoral Norte durante o veraneio resulta em número elevado de contágios. Em Capão da Canoa, região do estado com maior incidência de casos confirmados para cada 100 mil habitantes, os registros atuais superaram o pior período da pandemia e apresentam tendência de crescimento.
Nesta semana, hospitais gaúchos restringiram as visitas a pacientes internados para evitar contaminações.
Vacinação
O Rio Grande do Sul segue sem atualização do painel de vacinação, desde o dia 9 de dezembro. Isso se dá, conforme a SES, em virtude de uma manutenção do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações.
O último dado mostra que cerca de 81% da população total do estado fez, ao menos, uma dose. Isso representa quase 9 milhões de pessoas, enquanto 70%, ou 7,7 milhões de gaúchos, completaram o esquema primário (duas doses). A dose de reforço já foi aplicada em aproximadamente 1,4 milhão de pessoas.
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Edição: Marcelo Ferreira