Não passarão! Eles não nos intimidam porque nós somos resistência!
Hoje, dia que tomo a terceira dose da vacina contra a covid, o mundo fechou 24h com o maior número de casos da doença em todo período da pandemia e com variante ômicron como uma forte ameaça. E ainda estamos discutindo e lutando pelo direito à vacina para as crianças e comemorando a mísera conquista das crianças não precisarem de prescrição médica para terem esse direito concedido no RS.
Em um país que teve a morte de uma criança a cada dois dias na pandemia não deveria nem ter consulta pública. Esse não é só um direito individual, é um direito coletivo. Deveríamos ter gestores públicos com coragem e alinhados com o pensamento científico e não movidos pelo delírio da antilógica fanática e genocida. Essa foi a nossa maior debilidade, pois não tivemos líderes a altura da necessidade do momento em nenhum dos níveis, nem governo federal, nem governo estadual e nem governo municipal.
Lutamos o ano todo contra esse negacionismo absurdo. Fizemos nossa parte para proteger as crianças, inclusive com decisões bem difíceis como a ação que suspendeu as aulas entre março e abril, pior momento da pandemia, bandeira preta em todo RS, sistema de saúde colapsado e sem os profissionais da educação vacinados. Ainda assim sobrou ódio nas redes e houve ameaças a minha vida e a dos meus companheiros que fizeram a linha de frente contra a barbárie. E gente bem próxima disseminando mentira como a de que criança não pega a covid e não é vetor. Tentaram de tudo para fazer imunização de rebanho nas crianças e isso foi dito pela Mayra Ribeiro do Ministério da Saúde em 25 de maio, na CPI da Covid no Senado.
Não passarão! Eles não nos intimidam porque nós somos resistência!
Dedico a nossa luta em defesa da vida neste ano aos nossos filhos, aos professores, aos profissionais da saúde e aos cientistas!
2022 será ano da virada e à esquerda!
Mas ainda teremos muita luta contra as escolas cívico-militares, Escola Sem Partido (para eles só pode o partido da extrema direita), homeschooling (justificam que é para "proteger as crianças do comunismo" e fingem que não existe violência sexual contra as crianças e que mais de 80% dos casos são revelados e denunciados na escola). Para que nossos filhos tenham pelo menos o direito de viver a pluralidade de ideias e aprender com liberdade, podendo saber, por exemplo, que o Ministério da Defesa desviou verba do combate à covid para comprar picanha e filé mignon, conforme informou o TCU, com 19 milhões de brasileiros na miséria e com fome, de acordo com o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil.
Então, o que posso desejar e esperançar, como nos ensinou Paulo Freire, para 2022?
#VacinaParaCriancasJa e #ForaBolsonaroGenocida
* Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
Edição: Marcelo Ferreira