Este mês a Associação dos Produtores da Rede Agroecológica Metropolitana (RAMA) completa dez anos de atuação e luta pela agroecologia. Para marcar a data, a associação realizou nesta terça-feira (21) confraternização que contou com a participação de mais de 100 pessoas, entre agricultores e convidados. No encontro, que ocorreu na Granja Lia, no bairro São Caetano, na zona rural de Porto Alegre, os associados fizeram um balanço do período e projetaram alguns desafios para os próximos dez anos.
"Vejo um horizonte muito bom, dá para olhar para frente com bastante perspectiva. Cada dia cresce a vontade de melhorar a nossa produção, que ajuda a preservar o meio ambiente", avalia o presidente da RAMA, Idemar da Rocha Nunes. O produtor agroecológico fala com entusiasmo sobre a produção de alimentos sem agrotóxicos, lembrando que o mercado de orgânicos é grande. Entre os desafios para os próximos anos, menciona a demarcação da área rural de Porto Alegre. A especulação imobiliária é a principal preocupação dos associados.
A RAMA é uma associação civil e autônoma, com caráter organizacional e educacional. O seu principal objetivo é a certificação participativa da produção orgânica de seus associados por meio do Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade Orgânica (OPAC-RAMA).
A RAMA reúne em torno de 100 associados de Porto Alegre, Viamão, Gravataí, Glorinha, Cachoeirinha, Alvorada, Eldorado do Sul e Guaíba, no Rio Grande do Sul. Destes, 71 possuem a certificação orgânica e os demais estão no processo de transição agroecológica.
"Ao longo da última década, a RAMA tem oportunizado a adesão de várias famílias de agricultores ao sistema orgânico de produção, garantindo segurança alimentar e melhoria da qualidade de vida, de produtores e consumidores, através de uma maior oferta de alimentos limpos e saudáveis", ressalta o extensionista da Emater Luís Paulo Vieira Ramos, colaborador da RAMA. O técnico destaca que o aumento do número de propriedades orgânicas favorece a manutenção da paisagem rural e a preservação ambiental.
Nestes dez anos, a RAMA estreitou a relação com os povos tradicionais e teve participação no reconhecimento da zona rural de Porto Alegre. Entre os desafios para a próxima década, ainda está a consolidação e ampliação da região bem como a transformação em área livre de agrotóxicos até 2032. Atualmente, 10% das unidades de produção da Capital possuem certificação orgânica ou encontram-se no processo de transição agroecológica. Para avançar, também é imprescindível a retomada das políticas públicas de estímulo à agroecologia.
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Edição: Katia Marko