Nesta terça-feira (14), educadores de diversas regiões do estado realizam Ato Público Estadual para exigir reposição salarial para toda a categoria: professores, funcionários de escola e aposentados. Na última quarta-feira (8), o governo Eduardo Leite (PSDB) protocolou na Assembleia Legislativa uma proposta de reajuste que deixa grande parte dos educadores de fora. A concentração será as 9h, em frente ao Palácio Piratini.
Conforme destaca o CPERS-Sindicato são sete anos sem nenhum centavo de reajuste, deixando a categoria em situação de miserabilidade. A direção central do CPERS reivindica que a reposição salarial contemple todos os educadores.
“O sentimento não podia ser outro, indignação. Esse sindicato fez durante todo esse ano a nossa campanha salarial dizendo ao governo com clareza o que queríamos: reajuste igual para todos, professores da ativa, funcionários da ativa, professores aposentados, funcionários aposentados”, afirmou a presidente da entidade, Helenir Aguiar Schürer
Segundo Helenir, o Sindicato foi chamado pelo governo, onde este apresentou uma proposta que apresenta um reajuste de 32%, "mas mexendo naquilo que para nós estava garantido que era a parcela de irredutibilidade. O governo está fazendo de novo o que fez quando mentiu para o Rio Grande do Sul que estava pagando o nosso piso”, enfatizou a dirigente, pontuando que a proposta não atende as reivindicações da categoria. “A nossa reivindicação é clara 31,3% ou 32% como ele está oferecendo para todos indistintamente”.
NINGUÉM SOLTA A MÃO DA EDUCAÇÃO! O CPERS sempre defendeu e sempre defenderá reajuste para TODA A CATEGORIA. O projeto de Eduardo Leite (PSDB) é desumano e imoral: é inadmissível que parte significativa dos educadores(as) seja deixada de fora da valorização salarial. Na próxima terça-feira (14), às 9h, faremos um grande ato em frente ao Piratini. Que cerremos fileiras por reajuste para professores(as) e funcionários(as) da ativa e aposentados(as). A luta de um é a luta de todos(as)! Confira o vídeo da presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer!
Posted by CPERS/Sindicato on Wednesday, December 8, 2021
Nesta segunda-feira (13), funcionários de escola divulgaram uma carta endereçada ao governador, enfatizando a indignação da categoria com a proposta apresentada pelo Executivo estadual. “Nunca fomos tão desrespeitados e excluídos como servidores, como acontece em seu governo. Ao enviar à Assembleia Legislativa um projeto de reajuste do piso nacional salarial do magistério, o senhor desconsiderou que também somos educadores e desempenhamos funções essenciais no dia a dia das instituições. E, mais ainda, preferiu ignorar que recebemos como salário base o valor irrisório de R$ 620,72”, apontam.
Abaixo a carta completa
Carta aberta dos funcionários(as) de escola ao governador e aos deputados (as)
Senhor governador Eduardo Leite,
Nós, funcionários de escolas, nunca fomos tão desrespeitados e excluídos como servidores, como acontece em seu governo. Ao enviar à Assembleia Legislativa um projeto de reajuste do piso nacional salarial do magistério, o senhor desconsiderou que também somos educadores e desempenhamos funções essenciais no dia a dia das instituições. E, mais ainda, preferiu ignorar que recebemos como salário base o valor irrisório de R$ 620,72.
A verdade, é que o senhor enviou o projeto apenas porque a lei federal exige que se cumpra a lei do piso.
Nós somos educadores(as) e nos empenhamos para proporcionar uma educação de qualidade para todos e todas. Temos formação e compromisso com a educação. Caso o senhor não saiba, lhe informarmos algumas das nossas funções dentro das escolas.
Os secretários(as) de escola têm a responsabilidade de fazer a efetividade de todos os profissionais da escola, inserir as notas dos alunos no sistema, fazer as matrículas, atender aos pais e executar toda a parte administrativa. São profissionais competentes.
As merendeiras(os) são responsáveis pelo preparo dos alimentos oferecidos aos educandos, com toda a responsabilidade que o manuseio da alimentação exige, e preparam os almoços e lanches com todo o carinho e cuidado. São profissionais competentes.
Os funcionários(as) que atuam na parte da infraestrutura (limpeza) são aqueles que higienizam a escola para o bem-estar dos educandos e de todos que trabalham na escola. Tornaram-se ainda mais imprescindíveis durante a pandemia. São profissionais competentes.
Os porteiros(as) são aqueles funcionários de escola que recebem os alunos e toda a comunidade que vai à escola. São profissionais competentes.
Os monitores(as) são aqueles funcionários que estão sempre ajudando os alunos que precisam de algum auxílio e que cuidam da segurança das crianças e jovens durante o recreio. São profissionais competentes.
Governador, saiba que quando os alunos precisam de algo ou ralam o joelho é para nós que eles correm para pedir ajuda. Somos profissionais capacitados, com qualificação e amor pelo que fazemos.
Também para sua informação, senhor governador Eduardo Leite, exercemos o cargo de diretores de escola eleitos pela comunidade para administrar as instituições.
Somos funcionários de escola, temos plano de carreira, integramos a folha de pagamento da secretaria da educação. Merecemos e exigimos a nossa justa reposição salarial.
Somos cientes de nossa importância no ambiente escolar.
Não somos invisíveis! Nos respeite como profissionais que somos.
Por fim, deixamos um questionamento: como o senhor acha que as escolas ficariam sem o trabalho dos funcionários de escola?
Ressaltamos, através desta carta, o registro da nossa indignação e revolta em nome de todos(as) funcionários(as) de escolas do Rio Grande do Sul.
Juçara de Fátima Borges
Diretora do departamento dos(as) funcionários(as) de escola do CPERS Sindicato.
Porto Alegre, 13 de dezembro 2021
:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::
SEJA UM AMIGO DO BRASIL DE FATO RS
Você já percebeu que o Brasil de Fato RS disponibiliza todas as notícias gratuitamente? Não cobramos nenhum tipo de assinatura de nossos leitores, pois compreendemos que a democratização dos meios de comunicação é fundamental para uma sociedade mais justa.
Precisamos do seu apoio para seguir adiante com o debate de ideias, clique aqui e contribua.
Edição: Katia Marko