Na madrugada desta sexta-feira (10) foi assassinado a tiros, na sua residência, em Porto Alegre, o Capitão reformado do Exército José Wilson da Silva – o “Tenente Vermelho” – que nesta segunda-feira completaria 90 anos de idade.
José Wilson foi vereador de Porto Alegre, de 2 de janeiro a 1º de abril de 1964, quando ocorreu o golpe militar. Depois de fracassarem todas as tentativas de resistência ao golpe, Wilson exilou-se no Uruguai, onde conviveu com o ex-presidente João Goulart, Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Aldo Arantes, Betinho e outras lideranças políticas e sociais, perseguidas pela ditadura, tendo participado ativamente da luta contra o regime dos generais.
Atualmente, José Wilson era o Presidente da AEPPP-RS (Associação dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Rio Grande do Sul) e da AMPLA (Associação de Defesa dos Direitos e Pró-Anistia dos Atingidos por Atos Institucionais), liderança reconhecida nacionalmente, sempre presente nas atividades em defesa da Anistia.
Apesar de sua avançada idade, Wilson era um ativo militante do PCdoB do Rio Grande do Sul, atuante nas redes, assíduo nas atividades partidárias e presente nos mais variados atos em defesa do Brasil, da democracia e dos direitos do povo.
Em nota pública, o Comitê Estadual do Partido Comunista do Brasil afirmou que "inclina suas bandeiras de luta em homenagem a esse grande patriota, que teve toda a sua vida dedicada à liberdade, ao Brasil e ao seu povo! O seu exemplo frutificará nas nossas lutas e vitórias contra toda forma de opressão e exploração!"
Também cobrou das autoridades policiais e judiciárias o mais rápido e cabal esclarecimento das circunstâncias que levaram a esse terrível crime.
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Edição: Katia Marko