Dois ex-guerrilheiros e um cancioneiro. Entre eles, algumas gerações de diferença. Porém, a arte aproxima tudo. E assim como aproximou Diógenes de Oliveira, Ubiratan de Souza e Ciro Ferreira, aproximou o público de histórias de um tempo em que lutar por seus direitos era um defeito que matava. Eles sobreviveram a noite de trevas que durou 21 anos (1964-1985) e, para sorte dos presentes, falaram sobre os anos de exílio recordando os diversos países em que viveram.
Diógenes saiu dos porões da ditadura em troca do cônsul do Japão, em 1970. Ubiratan em troca do embaixador suíço, em 1971. Pelo mundo, encontraram figuras mitológicas, como Ernesto Che Guevara e Salvador Allende. Na tertúlia musical "Memórias do Exílio", que ocorreu no último domingo (21), em Porto Alegre, cada país era relembrado por pequenos causos seguidos de músicas cantadas e tocadas no violão por Ciro Ferreira.
Histórias narradas com propriedade por homens que se jogaram de corpo e alma nos processos revolucionários do seu tempo. Se a direita mandava calar, eles respondiam a bala que não iriam aceitar! E assim como o disparo da arma eram os acordes tocados por Ciro, um cancioneiro de mão cheia que fez todo mundo cantar canções como “Y en eso llegó Fidel”.
Uma noite emocionante onde os anfitriões do Guernica foram muito mais do que os donos do bar. A Travessa dos Venezianos por si só já é um charme, mas o local que remete a guerra civil espanhola coordenado por jovens sensíveis e muito progressistas fez parecer que aquele não era o país governado pelo inominável. Mais parecia uma ilha, tipo aquela que se encontra no Caribe! Um ambiente acolhedor, fraterno e digno de entrar para a história, junto com os palestrantes e o músico, como símbolo de resistência contra o fascismo.
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Edição: Marcelo Ferreira