Movimentos sociais, vereadoras/es da bancada negra, da oposição e apoiadores realizaram um protesto, nesta segunda-feira (25), em frente à Câmara de Vereadores de Porto Alegre, em repúdio aos atos racistas e fascistas ocorridos na Casa. Os manifestantes cobram responsabilização frente a violência protagonizada por um grupo antivacina, na sessão da última quarta-feira (20), em que uma pessoa portava um cartaz com a suástica nazista e outros agrediram verbal e fisicamente a parlamentares.
Durante a manifestação, parlamentares da bancada negra, portando cartazes contra o racismo, lideranças de variados movimentos e sindicatos se expressaram em um carro de som. Além de manifestar solidariedade à luta, afirmaram que não vão silenciar frente ao racismo e ao negacionismo. Após o ato, um grupo de vereadores se reuniu com o presidente da Câmara, vereador Márcio Bins Ely (PDT) para falar do caso.
:: Com suástica em cartazes, grupo antivacina entra na Câmara de Porto Alegre e agride vereadores ::
A vereadora Bruna Rodrigues (PCdoB) saudou a acolhida dos apoiadores e destacou como “um processo revolucionário” ter mulheres negras ocupando assentos da Câmara Municipal. “Quando uma mulher olha para três negras e diz que somos ‘lixo’ é porque ela nos desconsidera enquanto seres humanos, enquanto agentes protagonistas das nossas histórias, mas acima de tudo nos nega porque ela entende que nós somos algo que afronta o privilégio dela, de uma mulher que sempre esteve nesse lugar. Nós sabemos que nossas mulheres quando entram na Câmara de Vereadores, infelizmente, entram para manter esse lugar limpo e de pé”, refletiu.
Para o vereador Matheus Gomes (PSOL), não se pode ter dúvida de quem eram as pessoas que protagonizaram os atos violentos na Câmara. “Eram sim membros de organizações que misturam neonazistas, fascistas e negacionistas”, disse, lembrando que foi o mesmo grupo que tentou uma investida antidemocrática no dia 7 de setembro.
Matheus destacou ainda a importante reação e disse que o ato “não pode ficar impune, pois representa um primeiro ensaio da proposta de restrição das instituições a ataques às liberdades democráticas que ainda restam”.
“Eles acreditam que podem realizar uma escalada de violência num espaço público de debate, na arena pública de debates que tem como alvo uma agenda de direitos que atinge o povo pobre e o povo negro”, criticou a vereadora Laura Sito (PT). Segundo ela, o recado é que “não iremos silenciar, não aceitaremos que o espaço público vire uma arena sem limites, criminosa, um espaço violento que inclusive coloque em risco a nossa vida”.
O vereador Pedro Ruas (PSOL) afirmou que os vereadores vão exigir do presidente da Câmara “medidas de segurança para que o trabalho parlamentar possa ser exercido, para que não sejamos atacados pelos nazifascistas”. Segundo ele, em seus sete mandatos, depois da ditadura militar, nunca viu uma galeria com suástica. “Vi agora, é um choque ver isso, é inacreditável, e eles vieram jogar para cima de nós seus socos, pontapés e malditos cartazes”, criticou.
Live do BdFRS
Para aprofundar o debate, o Brasil de Fato RS e a Rede Soberania promovem uma live em suas páginas no Facebook, nesta segunda-feira (25), às 18h30, com a presença das vereadoras Bruna Rodrigues e Daiana Santos, ambas do PCdoB, Matheus Gomes, do PSOL, e Laura Sito, do PT. O tema da conversa com a bancada negra será “Nazismo e o racismo na Câmara de Vereadores. Crimes na Cada do Povo!”.
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Edição: Katia Marko