Rio Grande do Sul

Direitos do Trabalho

Centrais sindicais do RS lançam campanha pelo reajuste do salário mínimo regional

Piso regional está congelado desde 1º de fevereiro de 2019 no RS; centrais pedem reposição de 10,3%

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Coletiva de imprensa reuniu dirigentes das centrais e deputados estaduais - Reprodução

Foi lançada nesta segunda-feira (18), em coletiva de imprensa das centrais sindicais do Rio Grande do Sul, a campanha unificada "Não deixe o piso regional acabar". A campanha é um esforço pelo reajuste do salário mínimo regional, que está congelado desde 1º de fevereiro de 2019.

As centrais destacam que, no ano passado, o governador Eduardo Leite (PSDB) enviou um projeto aos deputados com reajuste de 4,5%, que correspondia ao INPC de 2019, mas depois a sua base aliada votou reajuste zero e ele sancionou. Neste ano, o governo propôs uma elevação de apenas 2,73%, o equivalente a 50% do INPC de 2020, significando mais uma perda salarial inaceitável.

A reivindicação das centrais é pela reposição de 10,3%, o que representa o INPC de 2019 e 2020, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

“A proposta do governador é uma vergonha. Ele é o responsável por essa situação. Faz isso enquanto não reajusta há mais de sete anos o salário dos servidores públicos, vende o patrimônio do povo gaúcho e não paga a dívida do Estado com a União. É um péssimo gestor”, afirmou o presidente da Centra Única dos Trabalhadores do RS (CUT-RS), Amarildo Cenci. 

O dirigente rebateu o argumento de que o aumento do mínimo significa mais desemprego. “Basta olharmos para Paraná e Santa Catarina. O desemprego aqui é maior do que nos dois estados vizinhos, que concederam reajustes em 2020 e 2021. Só empresário atrasado para achar que o piso regional traz desemprego. Ou então é muito avarento. Estamos diante de uma grande injustiça e de uma falta de sensibilidade política. Como pode o governador oferecer somente 2,73% de reajuste diante de tamanha carestia e de inflação tão alta?”, questionou.

Audiência pública na próxima quinta-feira (21)

Na coletiva teve manifestações de dirigentes das centrais e dos deputados estaduais Edegar Pretto (PT) e Luiz Fernando Mainardi (PT), que é o relator do projeto do governador na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa. Mainardi é também relator da subcomissão do piso regional criada na Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, da Assembleia Legislativa, que realiza uma audiência pública sobre a falta de reajuste na próxima quinta-feira (21), às 10h, no Teatro Dante Barone, em formato misto.

“Temos que permanentemente disputar a sociedade para a importância da população de baixa renda ter um piso como referência. Ganhando, não menos que o piso e tendo nele uma base para as negociações. O grande desafio colocado para os trabalhadores da iniciativa privada e os servidores públicos é o debate sobre como os governos neoliberais estão tratando os trabalhadores”, destacou Mainardi.

Assista ao vídeo da campanha

* Com informações da CUT-RS


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Edição: Marcelo Ferreira