A última quarta-feira (13) foi demarcada por atividades intensas pela luta por Soberania Alimentar no município de Canguçú (RS). As atividades foram propostas a partir do núcleo regional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e agregaram participação de organizações companheiras, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Trabalhadores por Direitos (MTD), comunidades quilombolas, entre outros.
Durante a manhã foi realizado o seminário “Soberania Alimentar: Por um Brasil Livre da Fome", com a participação de Frei Sergio Görgen. O dirigente nacional do MPA, que conduziu os trabalhos com análise de conjuntura, apresentou elementos de reflexão sobre o tema da fome que, nas suas palavras, “já bate na porta de milhões de famílias”.
“Não há combate à fome sem produção de alimentos”, afirmou Görgen. Para ele, o que se presenciou no cine-teatro de Canguçu foi um encontro entre os que produzem e os que consomem. Focando suas principais críticas ao governador Eduardo Leite (PSDB) e ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Frei Sérgio afirmou que “com um governo decente o abastecimento popular seria uma realidade”.
A atividade contou ainda com exposição de Darlan Gutierres e Adilson Schuch. Eles apresentaram o Programa Camponês Municipal, lei implementada no município de Canguçu, que tem como de um de seus objetivos produzir alimentos de qualidade e em quantidade num elo de relação entre camponeses e trabalhadores urbanos, em especial aos mais necessitados. No encerramento do ato, foi praticada ação de solidariedade camponesa, com doação de 20 cestas de alimentos para famílias locais, integrando a campanha Mutirão Contra a Fome do MPA.
A tarde foi marcada pela participação dos camponeses e trabalhadores na plenária da Câmara de Vereadores. O objetivo foi reafirmar o dia de luta e reivindicar recursos através de emenda no Plano Plurianual, em análise na Casa, para implantação de um programa de aquisição de alimentos no âmbito local, infraestrutura e assistência técnica.
"A avaliação do seminário é extremamente positiva, conseguimos reunir esse tripé organizativo – das comunidades quilombolas, assentamentos e MPA -, interagindo também com os trabalhadores da cidade", explicou Schuch. Para o dirigente, a aliança camponesa e operária ficou muito nítida.
“Fizemos processo de formação, informação, elaboração e luta”, detalhou. Ele citou ainda a importância da mobilização realizada junto à Câmara de Vereadores, que recebeu o pedido de destinação do valor de R$ 450 mil para o Programa Camponês Municipal.
O dia também foi de sensibilização da comunidade para votar no Plebiscito Popular sobre as Privatizações no RS, com a instalação do comitê no município. A consulta será realizada de 16 a 24 de outubro.
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Edição: Marcelo Ferreira