Neste 8 de outubro de 2021, o Brasil ultrapassou os 600 mil mortos e 21 milhões e meio de contaminados pela covid-19. Em proporção à sua população, o Brasil continua sendo o “campeão mundial” em número de vítimas fatais, totalizando 2.819 mortes por milhão de habitantes.
Fica cada vez mais claro que Bolsonaro e seus seguidores – ao defenderem a “imunidade de rebanho”, incitarem o uso de medicamentos comprovadamente ineficazes, combaterem o uso de máscaras e o isolamento social, boicotarem a aquisição de vacinas confiáveis (inclusive com fins de corrupção) e estimularem pesquisas macabras e criminosas como as da Prevent Senior – têm uma responsabilidade determinante nesse morticínio.
Os Estados Unidos – a mais rica e poderosa nação capitalista do planeta – se mantém como o país com o maior número de mortos – 732.334 –, mas são os “vice-campeões” mundiais em proporção à sua população (perdendo para o Brasil), com 2.212 mortes por milhão de habitantes.
Em número de infectados, os EUA permanecem em primeiro lugar – tanto em números absolutos, como em proporção à sua população – somando 45.130.891 contaminados.
Sem dúvida essa performance macabra tem tudo a ver com o ultra-neoliberalismo vigente nesses dois países e com o “negacionismo” criminoso de Bolsonaro e de Trump.
Entre os principais países capitalistas do mundo, lhes seguem a Itália (com 2.169 mortos por milhão), o Reino Unido (2.023 mortos por milhão), a Espanha (1.846 mortos por milhão), a França (1.800 mortos por milhão) e a Alemanha (1.126 mortos por milhão).
Dos quase cinco milhões de mortes pelo coronavírus em todo o mundo, apenas 0,67% (32.774) aconteceram nos países socialistas, que englobam 20% da população mundial. E dos quase 240 milhões de infectados, apenas 0,78% (1.866.944) ocorreram nos países socialistas.
Nesse quadro trágico, impressiona o desempenho da China socialista que, com uma população de 1 bilhão e 440 milhões, teve apenas 4.436 mortos e 96.357 infectados, ou seja, apenas três mortes por milhão.
A China, além de fornecer vacinas para todo o mundo – inclusive o Brasil – aplicou mais de 2,2 bilhões de vacinas em sua população, o que representa 61% de todas as vacinas aplicadas no mundo.
Também os demais países socialistas – entre eles o Laos (3,3 mortos por milhão), o Vietnã (210 mortes por milhão) e Cuba (688 mortes por milhão) – vêm tendo um desempenho muito superior ao dos principais países capitalistas.
No caso de Cuba, é preciso ter em conta, ainda, o bloqueio criminoso dos Estados Unidos, que lhe impede de adquirir medicamentos, respiradores e seringas e agulhas para a aplicação das vacinas que desenvolveu com tecnologia própria.
Fica cada vez mais claro que essa tragédia não se deve unicamente ao coronavírus. É consequência, em grande medida, de um sistema social baseado na opressão e exploração da imensa maioria da humanidade por um punhado de capitalistas, para quem a vida e o bem-estar dos demais pouco importa.
E, se for necessário sacrificar milhões de homens e de mulheres para que os seus lucros continuem crescendo, isso será feito!
A pandemia do coronavírus vai deixando claro que já é hora de a humanidade extirpar a escravidão assalariada e edificar uma outra sociedade, mais justa, mais livre e mais humana – uma sociedade socialista!
* Raul Carrion é historiador e ex-deputado estadual (PCdoB-RS)
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
Edição: Marcelo Ferreira