A célebre palavra de ordem que preconiza que um outro mundo é possível e uma outra economia que já acontece volta a ser enunciada a partir da Feicoop, Feira Internacional de Economia Solidária e Cooperativismo que mantém vivas as sementes plantadas no Fórum Social Mundial. A 27ª edição se dará de forma híbrida entre os dias 3 e 10 de outubro, sendo parte da programação realizada de modo virtual e parte presencial.
Organizada pelo Projeto Esperança/Cooesperança e Banco da Esperança, braços da Arquidiocese de Santa Maria, e contando com a participação da Cáritas Brasileira, Cáritas Regional Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Instituto Federal Farroupilha (IFFar) e Prefeitura Municipal de Santa Maria, a Feicoop é uma grande escola de organização, formação de convivência, do voluntariado e dos Movimentos Sociais e Economia Solidária.
“São 28 anos de construção coletiva e interativa”, destaca a coordenadora, Irmã Lourdes Dill. Segundo ela, o evento viabiliza práticas do comércio justo e consumo ético e solidário, trocas solidárias com moeda social e atividades culturais, de formação e interação com debates sobre organização social, educação alimentar, sustentabilidade, reforma agrária, cooperativismo, agroecologia, entre outros.
Irmã Lourdes reafirma ainda o caráter “aprendente e ensinante” da feira de Santa Maria, como um momento coletivo que “nos anima a seguir as orientações do Papa Francisco com uma ecologia integral, tomando todo cuidado consigo, cuidando do outro e em consequência reconfigurando nossas relações para com a Casa Comum”.
A abertura será realizada no dia 3, das 19h às 20h, de forma exclusivamente online, a partir do estúdio do H20, com retransmissão confirmada dos canais do Brasil de Fato RS e da Rede Soberania. “Todos estamos muito felizes pela oportunidade de realizar a Feicoop, seguimos refletindo o tema lançado no ano passado que nos desafia a construir a sociedade do bem-viver, por uma ética planetária”, arremata a coordenadora.
Programação híbrida
Entre os dias 3 e 7 de outubro a Feicoop ocorrerá on-line, em modelo semelhante ao realizado na edição especial de 2020. Os eventos autogestionários (palestras, oficinas, seminários...) terão público reduzido e alguns deverão ser transmitidos pelas redes sociais. Mantendo a tradição cultural da Feicoop, no dia 3 de outubro está previsto um show de abertura com transmissão pelas redes sociais e, no dia 7, a realização on-line da Plenária Nacional de Economia Solidária. Outros destaques da programação online podem ser conferidos no site do evento (https://cooesperanca.wixsite.com/).
Já entre 8 e 10 de outubro, as atividades serão presenciais, seguindo todos os protocolos sanitários contra a disseminação do covid-19 e ficando limitada aos turnos da manhã e tarde. O evento, que será realizado no Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, terá o comércio de produtos oriundos da agricultura familiar e realização de atividades autogestionárias. Devido aos protocolos de segurança por conta da pandemia, não haverá presença de expositores de fora do Rio Grande do Sul e da América Latina.
“Mesmo com o avanço da vacinação, ainda estamos preocupados com o coronavírus, mas entendemos que poderemos realizar parte da Feicoop de forma presencial, em outubro, seguindo os protocolos sanitários e tomando todos os cuidados possíveis", explica Irmã Lourdes.
Comercialização presencial
Os espaços de comercialização estarão abertos de 8 a 10 de outubro, tendo como local o Centro de Referência da Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, bem como as demais infraestruturas disponíveis no Parque da Medianeira e no seu entorno com Empreendimentos Solidários inscritos anteriormente e com espaços limitados.
A organização dos espaços será realizada na manhã do dia 8, sexta-feira, e a visitação fica aberta das 13h às 18h. No segundo dia de feira presencial, no sábado (9), a comercialização se dará entre as 7h e as 18h. No último dia (10) os visitantes encontrarão os espaços de comercialização abertos das 8h às 17h.
Comercialização virtual
A 2ª adição da Feira Virtual de Economia Solidária se realiza de 3 a 10 de outubro. Trata-se de um espaço democrático e inclusivo para mostra, comercialização e divulgação de produtos dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, produtores de alimentos orgânicos, artesãos, plantas ornamentais, confecções, povos indígenas, quilombolas, empreendimentos, fóruns, redes de consumidores, movimentos sociais, pastorais, moradores em situação de rua, diferentes denominações religiosas, entidades da sociedade civil, instituições públicas e privadas.
A comercialização, divulgação e exposição dos produtos serão feitos através do grupo de Facebook (clique aqui para acessar).
Atividades de formação
A 2ª edição ON LINE da Jornada Formativa traz uma série de seminários, oficinas, atividades autogestionárias realizadas entre 3 e 10 de outubro. Embora se tenha a previsão de espaços presenciais limitados, incentiva-se a todos e todas interessados/as em participar que se dê prioridade para a participação online.
Os participantes poderão acessar os eventos por meio dos links disponíveis para cada atividade que diariamente serão divulgados nas redes sociais, site e pelas entidades parceiras da Feicoop.
Atividades culturais
As atividades da cultura se darão novamente em formato online, compondo a Mostra de Arte, Cultura e Diversidade da Economia Solidária. Tais aspectos fazem parte do espectro que mais enriquece o viver em coletividade.
“É na troca com o outro que aprendemos sobre o mundo, sobre nós mesmos, e, mais do que isso, onde reconhecemos a imensa força daqueles que, juntos, sabem que um mundo bem melhor é possível”, afirma o documento norteador dos eventos.
“Na 2ª Mostra de Arte, Cultura e Diversidade da Economia Solidária queremos ser luz para as almas cansadas, sensibilidade para os corações endurecidos e felicidade para os sorrisos desanimados e construir Um Outro Mundo Possível e do Bem Viver para todas as pessoas”, completa o documento.
Compromisso coletivo
Os grupos que participam da Feicoop assumem o compromisso de ter seus princípios regidos por posicionamento crítico à economia que produz concentração de riqueza e desigualdades, construindo outra economia que gera vida e inclusão a partir do apoio às lutas das organizações populares, reconhecimento e valorização dos saberes tradicionais, posicionamento firme contra todo tipo de violência e racismo estrutural, em defesa da democracia, dos direitos humanos e da natureza.
Da mesma forma, os demais participantes que prestigiam a programação e os consumidores que apoiam as atividades participam da construção de outro mundo possível, onde a igualdade, espiritualidade e amor transformam-se em instrumentos poderosos para a vida no planeta Terra.
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Edição: Katia Marko