A Uber não compareceu à audiência virtual de mediação junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4), nesta quarta-feira (29), que trataria do bloqueio massivo de motoristas feito pela empresa nos últimos dias. A reunião foi solicitada pelo Sindicato dos Motoristas em Transportes Privados por Aplicativos do Rio Grande do Sul (Simtrapli-RS), que lamentou o boicote da empresa.
“Temos buscado, incessantemente, um canal de diálogo com a Uber. A Justiça do Trabalho foi palco de uma pioneira rodada de negociações entre trabalhadores e empresas no primeiro semestre deste ano e o Simtrapli-RS confiava que pudéssemos repetir a experiência. Infelizmente, a Uber parece não querer conversar com os motoristas que asseguram os seus ganhos bilionários”, afirmou a secretária-geral do Sindicato, Carina Trindade.
Com a recusa da Uber de comparecer perante a Justiça do Trabalho, o Simtrapli-RS já efetivou novo requerimento junto à Justiça Comum do Rio Grande do Sul, para que o CEJUSC, órgão especializado e competente para tanto, realize a necessária mediação entre as partes.
“Estamos no aguardo das providências da Justiça Comum, confiando que os poderes públicos do Brasil sejam o instrumento que assegure um diálogo produtivo com esses gigantes estrangeiros”, destacou o assessor jurídico do Sindicato, Antonio Escosteguy Castro.
A empresa alega que os bloqueios foram realizados devido a um excesso de cancelamento de corridas, o que viola os termos da comunidade Uber.
Vereadores aprovam CPI
Também nesta quarta, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou a abertura de uma CPI para investigar os contratos das empresas por aplicativos, que atuam no transporte particular de passageiros, individual e remunerado. O objetivo é avaliar a relação da empresa com a Prefeitura e a relação trabalhista com os motoristas. O pedido foi protocolado pelo vereador Jonas Reis (PT) e contou com a assinatura de 12 parlamentares.
“Nossa preocupação é com os trabalhadores e também com a cidade. Os aplicativos de transporte não possuem nenhum tipo de regularização, não têm vínculo com a prefeitura e nem com o motorista”, afirma o vereador. “Além de explorar os motoristas, a empresa não recolhe impostos e não contribui com encargos sociais, o resultado: gastam o que poderia ser investido em cultura, saúde, postos de saúde e escolas na cidade”, completa ao defender a CPI.
* Com informações da CUT-RS e da Câmara de Vereadores de Porto Alegre
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Edição: Marcelo Ferreira