Em uma das avenidas mais movimentadas da cidade de Porto Alegre, a Azenha, desde o último domingo (26) funciona a Cozinha Solidária organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) do Rio Grande do Sul. Na manhã desta quarta-feira (30), o secretário municipal de Desenvolvimento Social, Léo Voight, foi até o local e conversou com os organizadores, movimentos sociais e parlamentares lá presentes. Ele reconheceu a importância da iniciativa e sinalizou intenção de construir formas para viabilizar sua manutenção.
Em quatro dias de funcionamento, a Cozinha Solidária da Azenha já distribuiu mais de 600 refeições a moradores da região. Ocupando um terreno sem uso e sem função social, a cozinha se vê ameaçada por um processo de posse do governo federal.
Diante disso se formou uma articulação em torno do espaço para garantir a sua continuidade, formado por organizações da sociedade civil, das comunidades do entorno, dos parlamentares da bancada negra da Câmara de Vereadores e da Frente Parlamentar de Defesa da Segurança Alimentar Nutricional, juntamente com o Comitê de Combate à Fome.
Na manhã desta quarta-feira (29), o esforço pela manutenção das atividade, recebeu o secretário Léo Voight e a presidente da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), Cátia Lara Martins. Na ocasião o secretário reconheceu a importância da ação e sinalizou a intenção de abrir um diálogo para construir uma alternativa perante o governo federal para a permanecia da cozinha solidária.
“O poder público não pode conveniar com vocês automaticamente, seria demagogia. Há uma tramitação. Mas há movimentos que podem ser feitos. Se o prefeito levar ao patrimônio da União, podemos entrar no diálogo”, apontou o secretário.
20ª Cozinha Solidária do MTST no país
A cada dia, cerca de 150 marmitas são entregues pela Cozinha Solidária / Alas Derivas
Conforme destaca o Eduardo Osório, da coordenação do MTST RS, a cozinha da Azenha é a 20ª no país. Segundo ele, o reconhecimento pelo poder público da importância da cozinha configura-se em mais um passo importante na consolidação da iniciativa.
“A luta contra fome, que já vem de longe e que tomou contornos drásticos no último período, avança aqui na Azenha a passos firmes no atendimento dessas demandas”, destaca.
Em Porto Alegre há estimativa de que mais de 160 mil pessoas estejam em situação de vulnerabilidade social. No último ano houve um aumento de quase 40% no número pessoas morando nas ruas da cidade.
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Edição: Marcelo Ferreira