Durante uma atividade promovida pela prefeitura de Porto Alegre, neste domingo (26), que lançou a programação comemorativa ao aniversário de 250 anos de Porto Alegre, uma confusão acabou em registro de boletim de ocorrência (B.O.). O evento, que aconteceu no Parque da Redenção, contou com a presença do prefeito Sebastião Melo (MDB) e de diversos parlamentares, além de um grupo de cerca de 40 manifestantes que protestaram de forma pacífica contra a atual gestão.
Segundo relato colhido pela reportagem, em um momento de tensão entre apoiadores do prefeito e manifestantes, a vereadora Comandante Nádia (DEM) se aproximou e desferiu um tapa que rasgou o cartaz e atingiu o rosto de um manifestante, chamado de Matheus Vicente, que é filiado ao PSOL.
Após esse momento de tensão, a Guarda Municipal armou um cordão de isolamento para dividir os públicos e evitar mais confrontos. Após o ocorrido, Matheus registrou o BO no Palácio da Polícia. Segundo nos informou, o processo será encaminhado à 10° Delegacia de Polícia.
Pouco antes das 14h desta segunda-feira (27), entramos em contato com a assessoria da vereadora para termos a sua versão do fato, através do número de WhatsApp informado na conta do Facebook da própria Comandante Nádia. Até o momento da publicação desta matéria, não havíamos recebido resposta.
Atualização (1/10): Na noite do dia 30/9, recebemos uma mensagem da assessoria da vereadora, afirmando: "A respeito do assunto, já me manifestei em plenário ontem, dia 27/09. Acho que a respeito do mérito, não tenha mais o que ser falado". De acordo com as notas taquigráficas da Câmara Municipal de Porto Alegre, a vereadora Comandante Nádia afirmou que as manifestações que estavam sendo feitas não cabiam naquele momento e que estavam sendo estimuladas por um vereador da Casa.
Afirmou que, durante a manifestação, foi pedir aos presentes que fossem para o lado do palco e que, enquanto isso acontecia, "um homem, que se diz estudante, pega o cartaz e enfia no meu rosto". Ainda, num segundo momento, depois que a vereadora teria abaixado o cartaz,, afirmou que "o rapaz [...] botou novamente, o cartaz na minha cara. Óbvio que baixei, e rasgou-se o cartaz".
Sobre o boletim de ocorrência registrado (que reproduzimos abaixo), Nádia afirmou que ele contém "uma versão, totalmente esdrúxula, totalmente mentirosa".
Segundo relata Matheus, ele foi até a Redenção junto de outros colegas estudantes para apoiar a manifestação organizada pelos trabalhadores municipários e protestar contra a iniciativa da atual gestão que visa retirar a meia passagem dos estudantes. Contou que, após o início do discurso do prefeito, os manifestantes se deslocaram até a frente do palco para fazer a manifestação. Quando isso aconteceu, relata que alguns apoiadores do prefeito contestaram a ação, ao mesmo tempo que os manifestantes argumentaram que era um protesto pacífico, no que percebeu a aproximação da vereadora Comandante Nádia.
Matheus afirma ter se colocado com o cartaz na frente da vereadora para proteger uma das manifestantes, chamada Tamyres Filgueira, pois acreditou que esta seria agredida pela vereadora.
"A vereadora Comandante Nádia veio por trás, em direção à Tamyres, que não a viu. Percebendo isto, eu me coloquei entre as duas porque notei que a vereadora iria agredir a Tamyres. A Comandante Nádia deu um tapa que atingiu o meu rosto e rasgou o meu cartaz. Todos que estavam ali viram", relatou.
Após o registro do boletim de ocorrência, Matheus foi encaminhado ao Departamento Médico Legal, o que é um procedimento padrão, para exame de identificação de lesões. Os cartazes foram recolhidos para integrarem a instrução do processo e laudo deve ser anexado à representação.
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Edição: Marcelo Ferreira