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“O Complô”, livro do gaúcho Hermes Zaneti vai virar filme

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A exemplo do livro, o filme O Complô será um libelo acusatório que revelará os bastidores do jogo sujo das elites financeiras - Divulgação
Filme irá mostrar como o sistema financeiro e seus agentes políticos sequestraram a economia

No debate político brasileiro e nas campanhas eleitorais presidenciais, o silêncio tem sido a tônica quando o tema é o papel do sistema financeiro, da gestão do orçamento, da dívida pública e do impacto que isso provoca na vida dos brasileiros e nas políticas públicas.

A partir de 2016, o “mercado”, que representa os interesses do 1% mais rico do país e dos especuladores internacionais, impôs ao povo reformas que reduzem ainda mais a possibilidade de soberania nacional: as reformas trabalhista e previdenciária, a emenda do teto de gastos e a autonomia do Banco Central, sem falar da entrega do petróleo do Pré-sal.

O Brasil se transformou em uma pátria escrava do rentismo, colocando o sistema produtivo a serviço do sistema financeiro e provocando uma verdadeira financeirização do capitalismo também em nosso país.

A dívida pública brasileira tem consumindo percentual expressivo do Orçamento público federal anual com juros e amortizações.

Para além das insidiosas consequências econômicas e sociais, a extrema dificuldade de debater o tema, com a amplitude e atenção necessárias, provoca não somente um sequestro da economia, mas também da democracia no país.

É fundamental, portanto, que sejam jogadas luzes sobre este debate por ele ser um dos mais interditados na esfera pública da sociedade brasileira. A população tem o direito de saber: Qual o montante da dívida? Quem tomou os empréstimos e de quem? Para onde foram destinados os recursos e quais resultados apresentaram? Qual é a relação entre a dívida pública, o caixa do Tesouro, as reservas internacionais, o custo de vida, o desenvolvimento e a infraestrutura socioeconômica do Brasil?

Com as atuais condições impostas à economia, os governos eleitos tornam-se reféns de pressões do “mercado”, que inviabilizam a implementação de programas sociais, deixam de prover a sociedade de bens e serviços públicos importantes e massacram funcionários públicos com congelamento de salários por vários anos.

Foi diante deste cenário que um grupo de pessoas decidiu transformar em filme o livro “O Complô – como o sistema financeiro e seus agentes políticos sequestraram a economia brasileira”, de autoria do advogado, professor, mestre em Ciência Política pela UnB e deputado federal Constituinte Hermes Zaneti.

Muitas são as denúncias e questionamentos apontados pelo livro O Complô a serem apresentados no enredo do filme. Como exemplo é possível citar: – Os contratos firmados para a constituição da dívida ilegais; – Quem os assinou tinha competência para tal?; – Existia base jurídica e constitucional para a formalização de tais contratos? – Como ocorreram as operações que transferiram para a responsabilidade da União várias dívidas privadas?

A exemplo do livro, o filme O Complô será um libelo acusatório que revelará os bastidores daqueles que usaram expedientes e manobras fora das regras do jogo democrático para fazer valer os interesses das elites financeiras.

O Complô será um filme de curta-metragem, misto de ficção e documentário, que terá a direção e roteiro do cineasta gaúcho Luiz Alberto Cassol (Beto Cassol) e a Produção da ABRAVIDEO – Associação Brasiliense de Apoio ao Vídeo no Movimento Popular.

O trabalho tem como proposta apresentar os vários aspectos da questão em linguagem acessível ao povo brasileiro, para que ele possa ter consciência de que é ele quem paga a conta em detrimento de melhores condições de vida, saúde, educação, transporte e moradia.

Em complemento à produção do filme, serão lançadas uma edição atualizada do livro e um documento técnico apresentando conceitos e propostas para debate sobre orçamento, finanças e dívida pública, o qual servirá de roteiro para atividades de formação e disseminação de conteúdo. 

A comissão organizadora/mobilizadora para a produção do filme O Complô considera fundamental a disseminação do tema, de forma didática e qualificada, para lideranças do movimento sindical, movimentos sociais, parlamentares em todos os níveis da esfera federativa, partidos políticos e suas fundações, gestores públicos, assim como veículos e profissionais de comunicação.

Para viabilizar o projeto do filme O Complô estão buscando a captação dos recursos por meio de financiamento colaborativo através da Plataforma Valeu.art ou do PIX [email protected] 

* Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Katia Marko