Foi realizado, na manhã desta quinta-feira (16), um ato em defesa da Petrobras e Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas (RS). A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul (Sindipetro-RS), na ocasião do aniversário de 53 anos da presença da estatal petroleira no RS, através da própria Refap e do Terminal Almirante Soares Dutra (TEDUT), de Osório (RS).
O lema da manifestação foi "Sem aniversariante não tem o que comemorar", em referência à ameaça de privatização da Petrobras e consecutivamente das suas refinarias e terminais portuários. Os trabalhadores presentes encheram e estouraram balões pretos, com palavras que representavam o que o RS vai perder com a saída da Refap: emprego, arrecadação, progresso, possibilidade de preço justo, alegria e esperança.
Também foram inflados balões com os dizeres "Petrobras Fica no RS", que foram colocados em hastes e levados para dentro da refinaria. "Não vamos permitir que os nossos empregos e tudo de bom que a Petrobras traz para o estado vá embora. Entrem com esse balões e coloquem nas mesas de vocês, deixando este recado para a gestão", disse a dirigente do Sindipetro-RS, Miriam Cabreira.
A manifestação contou com a participação do coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, do presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, do ex-presidente da Petrobras Biocombustíveis e ex-ministro da presidenta Dilma Rousseff, Miguel Rossetto, do vereador de Esteio, Leo Dahmer (PT) e de representantes dos entidades sindicais e movimentos sociais.
Privatizações irá trazer prejuízos ao estado
Segundo lembra o Sindipetro, a Refap foi idealizada pelo então governador Leonel Brizola (1959-1963) Foi construída para trazer progresso, desenvolvimento, segurança energética e colocar o RS no mapa do petróleo, que tinha uma política centrada no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
A presença da Petrobras no Sul mudou este cenário e consolidou a empresa como uma indústria do petróleo no Brasil. A perda da Refinaria deve gerar uma perda anual de R$ 1 bilhão para o RS, destaca a entidade.
Somente no município de Canoas, a perda seria R$ 250 milhões, todos os anos. Este valor representa 10% da arrecadação de impostos do município. Além da redução na arrecadação dos repasses de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para o estado, o preço do combustível e gás de cozinha vão aumentar para o consumidor.
No decorrer da semana, serão veiculadas peças da campanha "Se não tiver aniversariante, não tem o que comemorar", nas redes sociais do Sindipetro-RS, denunciando as consequências da saída da Petrobras e o vazio que deixará no RS.
* Com informações da CUT RS.
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Edição: Marcelo Ferreira