Na tarde desta segunda-feira (13), lideranças comunitárias dos bairros Glória, Restinga, Cruzeiro, Lomba do Pinheiro, Farrapos e Humaitá reuniram-se na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), em Porto Alegre, participando de encontro de formação para o Plebiscito Popular sobre as privatizações no RS. O objetivo foi auxiliar no enraizamento da campanha lançada em agosto. A consulta será realizada no período de 16 a 23 de outubro.
A atividade iniciou com uma breve dinâmica de apresentação, seguida de uma fala de conjuntura estadual e contextualização do papel do plebiscito. "Estamos fazendo uma discussão, uma formação com lideranças comunitárias que vão levar o debate do plebiscito para as comunidades, discutindo, entregando materiais e defendendo a importância dessa consulta e das empresas públicas. Isso para quando chegar a Primavera da Democracia, a população saber o que está em jogo e votar com o sentimento”, defendeu o vice-presidente da CUT-RS e integrante do Comitê Estadual do Plebiscito Popular, Everton Gimenis.
Os participantes se dividiram em pequenos grupos e fizeram a leitura do Manual de Organização do Plebiscito, organizado pelo Comitê. Em seguida houve um debate a partir de três perguntas: o que é um plebiscito, o que é um plebiscito popular e por que um plebiscito popular? No retorno ao grande grupo, foi construída uma síntese coletiva sobre a importância da defesa de uma consulta pública.
Desafios da participação popular
O facilitador do encontro foi Ronaldo Schaeffer, liderança comunitária da Grande Cruzeiro e membro do Comitê Estadual. “Temos uma tarefa dupla: apontar os problemas das privatizações e convencer a população a participar através do voto. Não nos serve termos o convencimento de que as privatizações são ruins. Precisamos da participação popular nos dias de votação dizendo isso”, ressaltou.
Durante o encontro, Ronaldo fez uma retomada sobre os momentos em que houve plebiscitos no Brasil, citando o que aconteceu em 1993, quando a população decidiu sobre a forma e sistema de governo do país. “O fato é que o povo é poucas vezes convidado a participar da democracia. Com o sistema representativo, atualmente a participação das pessoas na política se dá através do voto eleitoral, de dois em dois anos. Nossa tarefa é fazer esse convite para a população gaúcha, a fim de que ela decida sobre a venda ou não das estatais. Queremos que o povo seja ouvido”, apontou.
Abrir diálogo para dizer não às privatizações
Outro ponto abordado foi a importância dessa ferramenta para abrir o diálogo, de forma a dizer não às privatizações. “O pessoal está aqui para se preparar, para levar o debate e a defesa do Plebiscito Popular. Estamos num momento de divulgação, de botar a campanha na rua. Não vamos ter apoio da grande imprensa. Vamos ter que nós mesmos discutir e mostrar o que está em jogo. Para quando chegar a semana de votação as pessoas terem consciência do que está acontecendo, votando contra as privatizações”, defendeu Gimenis.
O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, enfatizou a persistência nesse processo de participação. “Essa campanha é de muita conversa. Temos a oportunidade de falar com as pessoas. É preciso entender os desafios. Os trabalhadores não são de esquerda. Existe muita diversidade pelas comunidades e precisamos ter um processo de paciência e persistência para conversar com o povo”, frisou.
* Carolina Lima com CUT-RS
:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::
SEJA UM AMIGO DO BRASIL DE FATO RS
Você já percebeu que o Brasil de Fato RS disponibiliza todas as notícias gratuitamente? Não cobramos nenhum tipo de assinatura de nossos leitores, pois compreendemos que a democratização dos meios de comunicação é fundamental para uma sociedade mais justa.
Precisamos do seu apoio para seguir adiante com o debate de ideias, clique aqui e contribua.
Edição: Marcelo Ferreira