Rio Grande do Sul

Mobilização

27ª edição do Grito dos Excluídos e das Excluídas no RS terá mobilização na rua e nas redes

Live transmitida pelo Brasil de Fato RS e a Rede Soberania detalhou atividades que ocorrem no dia 7 de setembro

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Entidades reunidas no Grito dos Excluídos realizarão atividades com o tema da defesa da vida por todo o RS - Reprodução

O Brasil de Fato RS e a Rede Soberania transmitiram a live "Como será o será o Grito dos Excluídos e das Excluídas no RS". O objetivo foi apresentar uma prévia ao público de como será a tradicional mobilização popular do dia 7 de setembro, que vai para sua 27ª edição no estado.

Em Porto Alegre, a mobilização começa no Parque da Redenção, em torno do espelho d'água, a partir das 11h. A concentração seguirá até às 12h30, quando acontece um almoço comunitário, organizado pelas centrais sindicais. Após, às 13h30, começa a concentração no mesmo local para a marcha por "Fora Bolsonaro".

Haverá cobertura colaborativa das mobilizações durante todo o dia. O Brasil de Fato RS participa das transmissões através de suas redes sociais: Facebook e Instagram.

O tema, este ano, é "A vida em primeiro lugar", em alusão aos retrocessos e aos movimentos antidemocráticos. Já o lema "Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda já!" é uma referência aos desmontes dos direitos e das políticas publicas. Em 2021, O Grito dos Excluídos também propõe fazer uma homenagem às vitimas da pandemia.

No RS, a mobilização é organizada pelo Fórum RS do Grito, composto por várias entidades, movimentos sociais, centrais sindicais, partidos políticos e pastorais de diferentes religiões.

As entidades que organizam nacionalmente o Grito dos Excluídos escreverem uma Carta de Orientações (pode ser acessada aqui) com as motivações e temas da mobilização. Também foram dadas orientações sanitárias e de segurança. Foi pedido que se mantenha o distanciamento social e que se use máscaras e álcool gel.

Quanto à segurança dos participantes, a orientação é não responder às possíveis provocações de grupos bolsonaristas; além disso, deve-se estar sempre em grupos, sobretudo na chegada e na dispersão dos atos, e evitar o confronto direto e indireto, mantendo o foco no tema e lema do Grito.

Em caso de abordagem policial, "manter a passividade para evitar confronto direto, informando que o ato é pacífico e democrático"; além disso, em casos de violência, se possível, "aproximar-se de pessoas que possam filmar ou fotografar o ocorrido, para servir de prova testemunhal".

Entidades que organizam o Fórum do Grito RS participaram da live

A live completa, que teve a mediação das jornalistas Katia Marko, do BdFRS, e Eliane Silveira, da coordenação do Comitê do Plebiscito Popular sobre as privatizações no RS, pode ser conferida neste link. Confira, abaixo, um resumo das falas dos participantes.

A primeira das participações especiais da live foi de Dom Silvio Guterres Dutra, bispo de Vacaria e referência da Comissão Episcopal e Pastoral da Ação Social Transformadora (CNBB). Começou utilizando uma saudação própria do povo "igrejeiro", chamando a todos de irmãos e irmãs, pois, segundo Dom Silvio, o objetivo é criar um ambiente fraterno, independentemente de culturas, gênero ou posição social.

Afirmou que é dessa forma se deve pensar o Grito dos Excluídos e reforçou que a live prepara para a mobilização do dia 7, que terá o tema estrutural e fundamental da defesa da vida e dos direitos.

Após, falou o Padre Edson Thomassim, coordenador 6ª Semana Social Brasileira no RS. Ele retomou a programação do 27° Grito dos Excluídos, reforçando que a mobilização ocorre em diferentes frentes. Primeiro, o ato metropolitano que ocorre no dia 7 em Porto Alegre, na Redenção, junto de um ato inter-religioso que lembra das vítimas da pandemia e denuncia as dificuldades vividas pelo povo, agravadas pela emergência da covid-19, como a fome e a carestia.

Ecos do Grito pelo Interior e nas redes

Pe. Edson recordou que haverão também mobilizações pelo interior, que estão sendo chamadas de Ecos do Grito. Já estão confirmadas atividades em São Leopoldo, Santa Maria, Santa Cruz do Sul, Vacaria, Pelotas e Caxias do Sul. Além disso, outra frente de mobilização são as redes de comunicação através das redes sociais, que farão a cobertura virtual do Grito dos Excluídos.

"Quem puder sair de casa vai ir ao ato em Porto Alegre [por exemplo]. Quem não puder, vai acompanhar a mobilização pelas mídias do movimento popular organizado que estarão em rede. A cobertura dos atos e depoimentos darão [ao público] a grandiosidade do evento em todo o estado", reforçou Pe. Edson.

Ele reiterou, na sua conclusão, que o Grito não é de guerra e sim um clamor e súplica, de quem tem lado e militância em defesa da vida.

Falou na sequência a assessora da Cáritas RS, Roseli Pereira Dias, que fez uma retomada histórica das origens do Grito dos Excluídos. Confira:

 

Trabalhadores somam-se em defesa da vida

O presidente da Central Única dos Trabalhadores do RS, Amarildo Cenci, falou sobre a participação das centrais sindicais no Grito e na mobilização pelo Fora Bolsonaro. Segundo ele, o que move a participação dos trabalhadores são valores humanos, de solidariedade e de participação popular, que defendem a soberania nacional e, fundamentalmente, a vida.

Além disso, Amarildo reforçou que o Brasil está diante de um governo e de um quadro geral de morte.

"Por razões que sempre discutimos, como viemos parar até aqui? os grupos econômicos e sociais que não querem a igualdade e a inclusão das pessoas fazem uma luta, de golpes, em nome da ganância e da avareza. Pela necessidade de se apropriar das riquezas e da própria vida das populações", afirmou o dirigente sindical.

Ressaltou ainda que, diante desse atual governo, percebe-se que existe um sistema político que está comprometido com uma minoria que é muito rica e poderosa. Este grupo, segundo avalia, não aceita partilhar as riquezas com o resto da população, característica que reforça a necessidade dos trabalhadores estarem presentes na organização do Grito dos Excluídos.


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Edição: Marcelo Ferreira