Pilar, a jovem sul-mato-grossense, que vem se destacando na nova cena da música popular brasileira
Em meio a um turbilhão de ações machistas, fascistas e agressivas, surge na música a possibilidade de um caminho. O caminho para o futuro e para o recomeço. A força de um pilar que dá sustentação a um velho e novo Brasil.
Um Brasil verde, amarelo, azul e branco, mas também vermelho, rosa, lilás e roxo. Um país dos sonhos, onde todas, todos e todes se sintam representados. Um país da desconstrução de hábitos retrógrados, semeando a construção de uma nova era, repleta de esperança, felicidade e igualdade. Será?
Talvez o nosso desejo pelo “Brasil dos Sonhos”, seja maior do que a triste realidade que observamos ao acordarmos todos os dias ou, as decepções ideológicas sejam munição para buscarmos as transformações necessárias na sociedade e na humanidade.
O que sei é que vivemos, ao mesmo tempo, a intolerância, o medo, a morte e a fome e a intensificação do ódio de classe que vem impregnando parte, hoje bem menor da população que não se cansa de defender o indefensável, atacando o povo brasileiro e sua história, justificando o injustificável.
É neste cenário que surge Pilar, a jovem sul-mato-grossense com seus vinte e seis anos, despida de qualquer padrão social, empunhando suas canções e fazendo ecoar sua voz nos corações brasileiros (as). Pilar é base de sustentação da nova geração de artistas que vem singando em canoas de esperança, dando sentido a busca de uma identidade contemporânea, herdeira da ancestralidade dos povos que aqui cantaram, trazendo consigo a doçura de uma menina sonhadora e a asperidade da mulher guerreira que luta em todos os tempos para ocupar o seu lugar de direito.
A artista que vem se destacando na nova cena da música popular brasileira, tem um histórico de fortes parcerias, como a com o cantor e compositor Zeca Baleiro, além das apresentações internacionais no Brazilian Day Estocolmo 2019 e no Chile.
Recentemente lançou o single “Tchau Querido” que integra o maravilhoso projeto ASCENDA, onde a cantora explora, em cada terço da trama, diferentes cenários da histórica Casa das Caldeiras em São Paulo. Em três atos, Pilar percorre uma jornada pessoal e universal que se inicia com a tentativa de pertencimento, passa pela desconstrução de valores para culminar com o reencontro de sua essência.
Tchau Querido fala de uma situação tragicômica. Um namorado que não aceita o término e, através de sua música, a cantora conta essa história, nos levando cada vez mais ao presente momento, pois qualquer semelhança com os discursos de não aceitação das derrotas do genocida que ocupa a Presidência da República, é mera coincidência. Será?
O reggae pop, produzido pelo tecladista Adriano Magoo, mixado por Luis Paulo Serafim e masterizado em L.A. por Brendan Duffey, mistura vários idiomas, com deboche e bom humor, num intuito de que o apaixonado entenda de uma vez por todas que acabou.
O roteiro foi de ASCENDA foi idealizado pela própria cantora e coescrito em parceria com a diretora Alice Hellmann. A direção de fotografia recebeu o olhar lúdico de Felipe Morozini. O drama luminoso de Oliveira Azul, animações e conteúdos visuais pela VJ Grazzi, captação e edição Liberta Filmes.
Que o Brasil, os brasileiros e brasileiras abram as portas, olhos e ouvidos para Pilar e todas (os) as (os) artistas que vão chegando, revigorando e oxigenando a cena cultural, apontando-nos novos horizontes para que possamos recuperar o orgulho de ser quem somos, reencontrando a chama da esperança por dias melhores com tantas Pilares, mas Ele Não!
Para saber mais, acompanhe a entrevista que vai ao ar no próximo domingo às 20 horas com a cantora e compositora Pilar.
Ouçam Pilar e o Projeto Ascenda
* Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
Edição: Katia Marko