Diversas centrais sindicais e entidades que representam trabalhadores do serviço público e privado se mobilizaram nesta quarta-feira (18), com manifestações em pelo menos 19 estados e no Distrito Federal, contra a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32/2020, a chamada reforma administrativa, encaminhada pelo governo Bolsonaro. Em Porto Alegre, ocorreram diversas manifestações durante a manhã e tarde, com colagem de cartazes e atos em defesa do serviço público.
Pelo país, estiveram mobilizados servidores públicos das esferas federal, estadual e municipal, além de categorias de trabalhadores do setor privado, como os metalúrgicos e os bancários. A paralisação é articulada pelas centrais sindicais e entidades de base e foi definida durante um encontro nacional das centrais, no final de julho.
As mobilizações também se voltam contra a aprovação do texto-base da Medida Provisória 1045/21 (MP 1045), que retira direitos trabalhistas principalmente dos trabalhadores mais jovens. Pedem ainda o impeachment de Bolsonaro e a volta do auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia. Outros alvos dos protestos desta quarta são as privatizações dos Correios e da Eletrobras.
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Durante a manhã, o Brasil de Fato ouviu Max Leno, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) na Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), e Heloisa Pereira, diretora da Intersindical Central da Classe Trabalhadora. Os dois falaram sobre os motivos de tantas críticas à reforma administrativa. A transmissão aconteceu pelo Youtube e Facebook.
Manifestações ocorreram em Porto Alegre, mesmo com chuva
Em Porto Alegre, a cidade amanheceu com cartazes espalhados pelas ruas do centro da cidade. A ação foi realizada pelo Sindicato dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (Sindsepe/RS) e o Sindicato dos Servidores da Caixa Econômica Estadual do Rio Grande do Sul (Sindicaixa RS). Os cartazes denunciam a política fiscal do governo Eduardo Leite (PSDB).
Ainda pela manhã, às 11h, aconteceu um ato político em frente ao Hospital de Pronto Socorro (HPS). Mesmo com as fortes chuvas que atingiram a Capital durante boa parte do dia, cerca de 50 trabalhadores estiveram no local com faixas e cartazes. O HPS foi escolhido por ser um hospital público, correndo risco de sofrer consequências com a aprovação da PEC 32.
Já na parte da tarde, em torno das 13h, começou uma vigília em frente ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho. Da mesma forma, o tempo ruim não impediu que cerca de 50 pessoas comparecessem à Praça da Matriz. Segundo o secretário de Organização e Política Sindical da Central Única dos Trabalhadores do RS (CUT-RS), Claudir Nespolo, a vigília denuncia os malfeitos da PEC 32 para a sociedade.
"Ela liquida o serviço público e os servidores. Eu, como usuário do Sistema único de Saúde (SUS), fico muito preocupado. Esse conjunto de medidas vai destruir a educação e a saúde. Essa gente que está ai no Palácio diz que se preocupa, mas isso é só na época da eleição. Passou a eleição, eles querem fazer negócios com a saúde e a educação, eles não tem compromisso com o povo", afirmou Claudir.
Após, às 15h, foi realizado um ato público, também em frente ao Piratini, para alertar os deputados estaduais sobre os efeitos da aprovação da PEC 32 no RS. O ato também denunciou a falta de valorização do salário mínimo regional e as políticas de privatização das empresas estaduais. Na ocasião, representantes do Sindsepe/RS e do Sindicaixa entregaram uma pauta unificada de reivindicações a membros do governo estadual.
Segundo o presidente do Sindicaixa, Érico Corrêa, os trabalhadores foram recebidos pela Secretaria da Casa Civil. Ele conta que o governo se comprometeu em chamar o sindicato para uma reunião com a Secretaria da Fazenda e do Planejamento para debater a pauta.
"A pauta de reivindicações foi construída de forma unitária entre Sindsepe e Sindicaixa. Trata da reposição emergencial das perdas acumuladas dos últimos anos, que ultrapassa os 45%. Além de outros itens como a defesa do Ipergs (Instituto de Previdência do RS), valorização do salário mínimo regional e o fim do desconto previdenciário dos aposentados", relatou Érico.
Ao fim do dia, acontece um ato político na Esquina Democrática, no centro da Capital. O objetivo é dialogar com a população gaúcha. Haverá equipamento de som para a realização de falas e distribuição de material informativo para a população.
Confira a transmissão da Rede Soberania
Posted by Rede Soberania on Wednesday, August 18, 2021
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Edição: Marcelo Ferreira