Rio Grande do Sul

SERVIÇO PÚBLICO

Trabalhadores realizam dia de luta contra a PEC 32 em Porto Alegre

Mesmo com fortes chuvas, mobilização nacional contra a reforma administrativa foi realizada na capital gaúcha

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Mobilização em Porto Alegre iniciou pela manhã com um ato político em frente ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) - Foto: Carolina Lima

Diversas centrais sindicais e entidades que representam trabalhadores do serviço público e privado se mobilizaram nesta quarta-feira (18), com manifestações em pelo menos 19 estados e no Distrito Federal, contra a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32/2020, a chamada reforma administrativa, encaminhada pelo governo Bolsonaro. Em Porto Alegre, ocorreram diversas manifestações durante a manhã e tarde, com colagem de cartazes e atos em defesa do serviço público.

Pelo país, estiveram mobilizados servidores públicos das esferas federal, estadual e municipal, além de categorias de trabalhadores do setor privado, como os metalúrgicos e os bancários. A paralisação é articulada pelas centrais sindicais e entidades de base e foi definida durante um encontro nacional das centrais, no final de julho.

As mobilizações também se voltam contra a aprovação do texto-base da Medida Provisória 1045/21 (MP 1045), que retira direitos trabalhistas principalmente dos trabalhadores mais jovens. Pedem ainda o impeachment de Bolsonaro e a volta do auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia. Outros alvos dos protestos desta quarta são as privatizações dos Correios e da Eletrobras.

::Confira como foi a mobilização nas 5 regiões do país ::

Durante a manhã, o Brasil de Fato ouviu Max Leno, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) na Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), e Heloisa Pereira, diretora da Intersindical Central da Classe Trabalhadora. Os dois falaram sobre os motivos de tantas críticas à reforma administrativa. A transmissão aconteceu pelo Youtube e Facebook

Manifestações ocorreram em Porto Alegre, mesmo com chuva

Em Porto Alegre, a cidade amanheceu com cartazes espalhados pelas ruas do centro da cidade. A ação foi realizada pelo Sindicato dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (Sindsepe/RS) e o Sindicato dos Servidores da Caixa Econômica Estadual do Rio Grande do Sul (Sindicaixa RS). Os cartazes denunciam a política fiscal do governo Eduardo Leite (PSDB). 


Ação do Sindsepe/RS e Sindicaixa RS espalhou cartazes por ruas da capital gaúcha, denunciando a política fiscal do governo estadual / Reprodução

Ainda pela manhã, às 11h, aconteceu um ato político em frente ao Hospital de Pronto Socorro (HPS). Mesmo com as fortes chuvas que atingiram a Capital durante boa parte do dia, cerca de 50 trabalhadores estiveram no local com faixas e cartazes. O HPS foi escolhido por ser um hospital público, correndo risco de sofrer consequências com a aprovação da PEC 32.


Diversas entidades sindicais estiveram presentes no ato em frente ao HPS para protestar contra a PEC 32 / Foto: Carolina Lima

Já na parte da tarde, em torno das 13h, começou uma vigília em frente ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho. Da mesma forma, o tempo ruim não impediu que cerca de 50 pessoas comparecessem à Praça da Matriz. Segundo o secretário de Organização e Política Sindical da Central Única dos Trabalhadores do RS (CUT-RS), Claudir Nespolo, a vigília denuncia os malfeitos da PEC 32 para a sociedade.

"Ela liquida o serviço público e os servidores. Eu, como usuário do Sistema único de Saúde (SUS), fico muito preocupado. Esse conjunto de medidas vai destruir a educação e a saúde. Essa gente que está ai no Palácio diz que se preocupa, mas isso é só na época da eleição. Passou a eleição, eles querem fazer negócios com a saúde e a educação, eles não tem compromisso com o povo", afirmou Claudir.


Como parte das mobilizações nacionais contra a PEC 32, diversas entidades sindicais estiveram no Palácio Piratini / Foto: Carolina Lima

Após, às 15h, foi realizado um ato público, também em frente ao Piratini, para alertar os deputados estaduais sobre os efeitos da aprovação da PEC 32 no RS. O ato também denunciou a falta de valorização do salário mínimo regional e as políticas de privatização das empresas estaduais. Na ocasião, representantes do Sindsepe/RS e do Sindicaixa entregaram uma pauta unificada de reivindicações a membros do governo estadual.

Segundo o presidente do Sindicaixa, Érico Corrêa, os trabalhadores foram recebidos pela Secretaria da Casa Civil. Ele conta que o governo se comprometeu em chamar o sindicato para uma reunião com a Secretaria da Fazenda e do Planejamento para debater a pauta.

"A pauta de reivindicações foi construída de forma unitária entre Sindsepe e Sindicaixa. Trata da reposição emergencial das perdas acumuladas dos últimos anos, que ultrapassa os 45%. Além de outros itens como a defesa do Ipergs (Instituto de Previdência do RS), valorização do salário mínimo regional e o fim do desconto previdenciário dos aposentados", relatou Érico.

Ao fim do dia, acontece um ato político na Esquina Democrática, no centro da Capital. O objetivo é dialogar com a população gaúcha. Haverá equipamento de som para a realização de falas e distribuição de material informativo para a população.

Confira a transmissão da Rede Soberania

 

 

Posted by Rede Soberania on Wednesday, August 18, 2021

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Edição: Marcelo Ferreira