O 11 de agosto é o Dia do Estudante no Brasil. Também o dia de aniversário da União Nacional do Estudantes (UNE), entidade que representa e organiza politicamente os estudantes universitários do país. Tradicionalmente, neste dia, as entidades que organizam os estudantes pelo país chamam mobilização e lutas em defesa da educação.
Neste 11 de agosto de 2021, conversamos pelo telefone com Airton Silva, recém empossado presidente da União Estadual dos Estudantes do Rio Grande do Sul (UEE RS), sobre esse dia no estado. As entidades estudantis convocaram um ato político em defesa da educação a partir das 18h, na Esquina Democrática, no Centro de Porto Alegre. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) também chamou para uma concentração do ato, às 17h, em frente à sede do DCE, na Avenida João Pessoa.
Airton Silva recordou que, neste ano, a UNE completa 84 anos, desde a sua fundação, contando o tempo em que a existência da entidade foi proibida pela ditadura militar. Segundo ele, no movimento estudantil, se fala muito que, em qualquer ameaça de ataque à educação e à democracia, a categoria dos estudantes é uma das primeiras a se organizar e dar as respostas políticas.
Recorda que, no atual momento, os estudantes sofrem com cortes de orçamento nas universidades federais e com o sucateamento da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). Além de interventores federais nas reitorias, como é o caso da UFRGS.
Tudo isso, de acordo com Airton, mostra que o governo está de costas para a educação e elegeu os estudantes como inimigos. Essa perspectiva é que tem movimentado as entidades estudantis no 11 de agosto deste ano, nas manifestações para levantar a pauta da defesa da escola e das universidades públicas e privadas. O lema que tem reunido a pauta dos estudantes, não somente neste dia especial, mas nas lutas no geral é "Vida, Pão, Vacina e Educação".
"Damos essas respostas políticas pois entendemos que a educação precisa ser central na construção de um país. Isso numa perspectiva da vida da nossa juventude e do desenvolvimento do nosso país. Nós aqui [no RS e em todo o país] chamamos a mobilização pois o governo Bolsonaro é inimigo da educação e do povo, pois não garante a vacina e promovendo um grande genocídio. Também quando não garante o direito à alimentação para nossa população e quando não garante a autonomia das universidades", afirmou o Airton, que é estudante do curso de Saúde Coletiva da UFRGS.
São essas as motivações que levam os estudantes ao protesto da tarde de hoje (11), em defesa da educação em conjunto da bandeira pelo "Fora Bolsonaro". Ao ser questionado sobre o que um governo que apoia a educação precisaria fazer, Airton respondeu que a primeira medida deve ser não escolher a educação como inimiga. Além disso, é necessário enxergar a centralidade da educação para um debate sobre o Brasil, entendendo os estudantes como construtores do país, enquanto ferramenta para o desenvolvimento.
"Precisamos acabar com essa forma de enxergar a educação, precisamos de um governo que seja comprometido com a educação e com o desenvolvimento do país, sendo que hoje o governo prioriza suas forças em outras coisas, como a tentativa de aprovação do voto impresso, enquanto temos mais de 560 mil mortos pela pandemia no nosso pais", completou o dirigente da UEE RS.
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Edição: Marcelo Ferreira