Foi realizada, na manhã desta terça-feira (10), uma manifestação em defesa da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). O ato começou com uma paralisação dos trabalhadores da empresa, que se reuniram na frente da sede, que fica na rua Caldas Júnior, no Centro de Porto Alegre. Com um carro de som, os representantes sindicais da categoria fizeram falas. Logo após, os trabalhadores seguiram em caminhada até a Praça da Matriz, em frente do Palácio Piratini e da Assembleia Legislativa. O objetivo é chamar a atenção dos deputados estaduais, para que estes votem contra o projeto de privatização da empresa.
No dia 8 de julho, o governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou que encaminharia à Assembleia Legislativa a proposta de privatização da Corsan. De fato, no dia 12 de julho, o governador protocolou o projeto, em regime de urgência, que autoriza a venda da estatal. O governo conta com a já aprovada Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 280/19, que retirou a exigência de consulta pública para a venda da Corsan, do Banrisul e da Procergs, o que tornou o caminho mais fácil para a privatização da Companhia.
:: Entenda os riscos que a população corre com a privatização da Corsan ::
Logo no início da mobilização, em cima do carro de som, Arilson Wünsch, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiágua/RS), destacou que os trabalhadores da categoria estão há décadas nessa luta.
“Defendemos desde sempre: água é um bem de todos, jamais pode ter um dono", afirmou Arilson. Ressaltou também que a luta não é pelos funcionários da Corsan e suas famílias, somente, mas também por todo o povo gaúcho que depende dos serviços da Companhia. Por isso, ressaltou, a paralisação realizou a caminhada até a Assembleia, para lembrar os deputados dos riscos para a população.
Como estavam em frente à sede da Companhia, o dirigente sindical ainda questionou se algum dos diretores da empresa (que são nomeados pelo governo) teria a coragem de descer até ali para dialogar com os trabalhadores.
“Principalmente o presidente da empresa, com quem nós estamos tentando conversar, sobre os nossos empregos e sobre a privatização da Corsan, e ele nos respondeu que não tinha tempo”, afirmou. Até a saída da marcha, nenhum diretor desceu para dialogar com os trabalhadores.
O ato foi transmitido pelas redes sociais da Central Única dos Trabalhadores do RS.
:: O que está por trás da privatização da Corsan? ::
Mobilização aconteceu também em outras cidades pelo interior
Além da Capital, Arilson lembrou que a mobilização ocorre em outras regiões do estado. Nas cidades, as mobilizações vieram acompanhadas de entregas de um Manifesto contra a Privatização da Corsan aos legislativos locais. No município de Osório, no Litoral Norte, por exemplo, o Manifesto foi entregue ao presidente da Câmara de Vereadores, vereador Edi Morais (MDB).
Foram registradas mobilizações também nas cidades de Santo Ângelo (Região das Missões), Rio Grande (Zona Sul) e Santa Maria (Região Central).
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Edição: Marcelo Ferreira