Representantes de centrais sindicais realizaram reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, pressionando para a retirada da PEC 32, a chamada "reforma Administrativa", proposta pelo governo federal e pelo ministro Paulo Guedes. A audiência foi realizada em Brasília no final da tarde da quarta-feira (4).
Mais de 20 dirigentes de entidades de trabalhadores estiveram presentes para entregar um documento com argumentos e dados contrários à PEC 32, construído em debate por servidores, sindicatos e centrais sindicais.
Para os dirigentes, a proposta prejudica a carreira dos servidores e não atende às necessidades da sociedade, que será negativamente afetada.
"A PEC 32 desmantela o serviço público justamente em um momento de pandemia, em que fica evidente a importância dos direitos sociais fundamentais, sobretudo para a população que mais precisa", disse Antonio Augusto Medeiros, presidente do Sindicato dos Servidores de Nível Superior do RS (Sintergs) e secretário-geral da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB).
Em sua manifestação, o presidente da Câmara alegou que o projeto foi amplamente discutido entre os parlamentares, afirmação que o dirigente do Sintergs contesta. “Um projeto desta natureza precisa ser debatido com a sociedade, algo que até o momento não ocorreu”, destaca Medeiros.
:: Servidores públicos preparam greve geral contra a reforma Administrativa ::
Ao longo da reunião, que durou uma hora, a deputada Alice Portugal apelou diversas vezes ao presidente da Câmara para pressionar o relator a colocar a PEC 32 em debate. Já a deputada Erika Kokay ressaltou o impacto social deste ataque aos serviços públicos, pois a proposta desestrutura o bem-estar social. "O Estado serve para resolver os problemas sociais. A PEC 32 coloca o Estado a serviço do governante", alerta.
Segundo o deputado Paulo Sérgio Ramos Barboza, a reforma Administrativa promove o desmonte da estrutura estatal e a transferência de responsabilidades públicas para a iniciativa privada.
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Edição: Katia Marko