Rio Grande do Sul

Transportes

Greve dos caminhoneiros é furada por empresas de transportes

Pequena adesão leva paralisação ao fracasso; reivindicações são as mesmas da greve de 2018

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Na terça-feira já eram poucos caminhões no posto 44 da BR-285, em Ijuí (RS) - Divulgação movimento

Com a participação apenas dos caminhoneiros autônomos, a greve dos transportes convocada para o domingo (25) e que iniciou efetivamente na segunda-feira (26), dia de São Cristóvão, começou a ser esvaziada já na terça-feira (27). Segundo o presidente do Sindicato de Caminhoneiros Autônomos de Ijuí, Carlos Alberto Litti Dahmer, as empresas furaram a paralisação, obrigando os motoristas empregados a trabalharem, e o movimento começou a perder força.

O movimento chegou a atingir 15 estados brasileiros e mais de 100 pontos foram articulados para conduzir a paralisação do transporte de cargas. Organizada pelo Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), uma das entidades que organizou a greve em 2018, desta vez a mobilização foi dividida. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL) concorda com a mobilização e orienta que todos os seus 800 mil caminhoneiros autônomos e celetistas participem desse movimento, fazendo protestos e paralisações em suas localidades.

No Rio Grande do Sul a mobilização mais expressiva foi no trevo entre a BR-285 e RS-342, em Ijuí, onde o Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas (Sinditac) tem cerca de mil associados. Eles ocuparam o pátio do Posto 44, à margem da BR-285, onde estenderam faixas, colocaram cartazes e conversavam com os motoristas que passavam para aderirem a greve.

Empresas furam a greve

“Infelizmente, a categoria ficou com medo e não aderiu, obrigados pelas empresas os motoristas empregados furaram a greve e, de certa forma, coagiram os autônomos que aos poucos foram deixando a paralisação”, explicou Dahmer . Segundo ele, “em 2018 o preço do diesel era de R$ 2,93 o litro e o Brasil parou. Hoje, o diesel é no mínimo R$ 4,30 o litro e os fretes pagos pelo transporte de cargas são os mesmos de 2018: 60% do valor do frete é gasto com combustível”.

Reivindicações são as mesmas de 2018

O movimento cobra do governo federal uma revisão da política de preços da Petrobras, do Congresso Nacional a aprovação da aposentadoria especial aos 25 anos de trabalho e do STF celeridade no julgamento da constitucionalidade do Piso Mínimo de Frete. Já se passaram três anos e ainda não foi implementada a constitucionalidade da política de piso mínimo para transporte rodoviário.

Eles também chamam atenção sobre a necessidade de a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) contratar um Instituto para realizar estudos e cálculos para reajustar o Piso Mínimo de Frete. Estes foram os ganhos da greve de 2018, mas que até agora não foram atendidos pelas áreas responsáveis.


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Edição: Marcelo Ferreira