O índice de desligamento do trabalho por morte vem crescendo entre os bancários e bancárias. Estudo recente do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indicou um aumento de 176% nos desligamentos por morte do primeiro trimestre deste ano comparado ao mesmo período de 2020.
O quadro mais preocupante é a dos funcionários e funcionárias da Caixa Econômica Federal, que registraram um aumento de desligamentos por morte de 253% nos primeiros quatro meses de 2021, mas de forma geral em todos os bancos foram registrados números expressivos de contaminação e óbitos. “Estamos certos de que estes dados indicam a gravidade da situação. A categoria bancária é uma das mais expostas ao contágio por coronavírus desde o início da pandemia”, pontua o secretário de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mauro Salles.
Inclusão no PNI
Os riscos aos quais os bancários e bancárias estão expostos levaram as entidades sindicais a reivindicar, junto ao Congresso Nacional, a inclusão da categoria entre as prioridades do Plano Nacional de Imunização (PNI). O pedido foi contemplado no Projeto de Lei 1011/2020, que já teve o aval da Câmara dos Deputados e, agora, aguardando aprovação no Senado Federal.
Para reforçar a importância da imunização da categoria não faltam argumentos. Um documento assinado pelo médico Albucacis de Castro Pereira, do Rio de Janeiro, embasou o pleito do Comando. “As características do ambiente de trabalho propiciam a maior concentração do vírus e o evidente contágio. Devido à necessidade de medidas de segurança bancária, os ambientes são fechados, sem ventilação e circulação natural de ar”, escreveu o médico especialista em medicina interna.
Luta pela vida
Desde o início da pandemia, o serviço bancário foi considerado essencial e, por isso, nunca deixou de atender à população. Milhares de bancários e bancárias foram submetidos ao risco diário de contaminação nas agências e, principalmente em momentos de grandes aglomerações, como nas datas de pagamento do auxílio emergencial.
Durante todo esse tempo, as entidades sindicais cobraram dos bancos medidas protetivas, o que resultou em protocolos cada vez mais rígidos, home office para grupos de risco, agendamento prévio do atendimento, entre outras conquistas.
“Estivemos, permanentemente, em negociação com os bancos para garantir os cuidados essenciais com a saúde dos colegas. Foi uma batalha difícil, pois os banqueiros colocam o lucro acima da vida, mas conseguimos avançar”, lembra o diretor de Comunicação da Fetrafi-RS e membro do Comando Nacional dos Bancários, Juberlei Bacelo.
Campanha de conscientização
A Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS) vem promovendo uma campanha no rádio e na internet para conscientizar os bancários e bancárias a respeito da importância da máscara e da vacina contra a covid-19. A campanha “COVID MATA – PROTEÇÃO SALVA. NÃO DUVIDE!” já entrou na terceira fase e reforça, agora, o pedido para que as pessoas tomem a primeira e a segunda dose tão logo estejam disponíveis no calendário do município em que residem.
“Não importa o tipo de vacina, Coronavac, Astrazeneca, Pfizer ou outra disponível. O importante é que todas que são aplicadas pelo SUS têm eficácia comprovada, e que as pessoas devem ser imunizadas o quanto antes, pois vacina é um pacto de saúde coletiva”, alerta a diretora de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora da Fetrafi-RS, Denise Falkenberg Corrêa.
“Com a campanha, promovida pela Fetrafi-RS, o que buscamos é ampliar a conscientização da categoria, que precisa ser imunizada. Enquanto o projeto que nos inclui no PNI não é aprovado, aqueles que já têm idade para se vacinar devem tomar as duas doses, para, assim, reduzirmos o número de mortes por covid no Brasil”, conclui Bacelo.
Assista ao vídeo mais recente da campanha “Covid mata, proteção salva. Não duvide!”, desenvolvido pela Verdeperto Comunicação para a Fetrafi-RS:
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Edição: Katia Marko