O Movimento dos Atingidos por Barragens do RS (MAB/RS) lançou uma nota sobre o recente reajuste da tarifa de energia elétrica, da empresa RGE. Segundo a nota, o reajuste tem efeito médio de quase 10% e já está em vigor nas regiões que atende a empresa. Lembra também que a RGE atende 381 municípios gaúchos, quase 3 milhões de consumidores, ou seja, 65% da distribuição de energia elétrica consumida no RS.
Segundo o movimento, esse reajuste é resultado, inicialmente, do empréstimo de mais de R$ 15 bilhões, concedido às empresas do setor elétrico, em maio de 2020. Este impacto será integralmente repassado à população nas suas contas de luz, durante os próximos 54 meses.
O MAB lembra ainda que a privatização da Eletrobrás é outra ação do governo Bolsonaro que está favorecendo o aumento do preço da energia.
"Além de entregar ao capital um gigantesco patrimônio público, a privatização causará aumento de aproximadamente 20% (conforme dados da ANEEL) nas contas de luz da população por um período de 30 anos", afirma a nota.
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Reproduzimos a nota na íntegra:
O PREÇO DA LUZ É UM ROUBO | NÃO AOS AUMENTOS DA RGE!
No dia 15/06 a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou o reajuste tarifário anual da RGE Sul Distribuidora de Energia S.A. O reajuste tem efeito médio de 9,95% e começou a vigorar no último dia 19. A RGE/CPFL Energia atende 381 municípios gaúchos, cerca de 2,9 milhões de consumidores, ou seja, 65% da distribuição de energia elétrica consumida no Rio Grande do Sul.
Segundo análise do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) o aumento se dá como consequência do empréstimo de R$ 15,3 bilhões, concedido às empresas do setor elétrico em maio de 2020. Essa manobra acumulará um impacto superior a R$ 20 bilhões, que serão integralmente cobrados nas contas de luz da população nos próximos 54 meses, tendo iniciado em junho deste ano.
Outro impacto se dá no esvaziamento proposital dos reservatórios das hidrelétricas, o fato é que isso favoreceu as empresas privadas proprietárias de hidrelétricas e, ao mesmo tempo, permitiu se beneficiar os proprietários de térmicas, que são os mesmos donos das hidrelétricas, já que em nome de uma suposta “crise hídrica” o ONS e a ANEEL autorizaram o funcionamento das usinas térmicas, com preços 5 vezes mais caros, que são transferidos para a conta de luz.
Diante desta série de ataques, o Movimento dos Atingidos por Barragens no Rio Grande do Sul denuncia tais manobras, que tem por objetivo privilegiar os já privilegiados donos de empresas do setor elétrico e banqueiros. A entrega de patrimônios públicos estratégicos ao capital privado já acontece há décadas e um exemplo disso é a própria RGE, fruto de um processo de privatização que resultou em piora no serviço prestado e aumento significativo no preço da tarifa.
Salientamos que essas medidas vão na contramão da superação da crise enfrentada pelo povo brasileiro e, por isso, seguiremos denunciando os ataques e em permanente mobilização e luta, em defesa da soberania nacional e contra as privatizações.
Rio Grande do Sul, junho de 2021.
Coordenação Estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens.
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Edição: Katia Marko