“500 velas são acessas no Monumento ao Expedicionário, em Porto Alegre, para jamais esquecer, para sempre lembrar as 500 mil brasileiras e brasileiros vítimas da covid-19 e do governo genocida,” disseram em coro as pessoas que participaram do ato inter-religioso realizado no início da noite desta terça-feira (22) na capital gaúcha. A ação contou com a presença de lideranças religiosas de diversos credos, ativistas de movimentos sociais e pessoas sem ligação com grupos organizados, reivindicando pautas urgentes como a vacinação em massa, o auxílio emergencial de R$ 600 e segurança alimentar num país que vê a fome retornar.
O ato foi promovido pelo movimento Respira Brasil e organizado pelo Fórum Inter-religioso e Ecumênico do Rio Grande do Sul, a Associação das Vítimas e Familiares de Vítimas de Covid-19 (AVICO Brasil), a Fundação Luterana de Diaconia (FLD), o Conselho de Missão entre Povos Indígenas (COMIN), o Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA), a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG/RS), o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil e o Conselho Estadual do Povo de Terreiro do Estado do RS.
Segundo os organizadores, cada uma das 500 velas, que representa mil histórias de vidas sacrificadas neste flagelo desgovernado, foi acesa em memória às pessoas cujas mortes poderiam ser evitadas a partir de uma gestão comprometida com o uso da máscara, distanciamento e vacinação. Durante a atividade, os manifestantes trouxeram nomes de pessoas, familiares ou amigos que faleceram por conta da covid-19, marcando tempo e lugares das tantas famílias enlutadas em profundo sofrimento.
“Meio milhão de pessoas cujas vidas e histórias foram interrompidas porque o governo genocida é indiferente, deliberadamente, não comprou vacina, praticou o negacionismo e uso de medicamentos comprovadamente ineficazes, promovendo aglomeração”, disseram os manifestantes, recordando que o luto se converte em luta e que o governo federal deve ser responsabilizado pelo genocídio praticado.
Durante as falas, as lideranças religiosas de variadas religiões lembraram a importância dos religiosos deixarem o lugar da indiferença e lutarem para resolver os problemas da sociedade e promover o bem-estar de todos e todas.
Baba Diba de Yemonja, liderança do povo de terreiro, reafirmou as 500 mil mortes por conta de negligência de um governo genocida. “Todas as religiões do mundo devem se manifestar porque elas primam pela potencialização da vida, nós estamos muitos revoltados com o descaso de ditos governantes com a saúde pública”, disse em transmissão realizada pela Central Única dos Trabalhadores do RS (CUT-RS).
A pastora luterana Cibele Kuss lembrou que “a política pública de saúde, o SUS, que é fundamental e tem uma história de excelência, não foi potencializado para fazer frente a essa pandemia. Ainda assim, está conseguindo aguentar e está fazendo muita coisa. Mas nós temos meio milhão de pessoas que deixaram suas famílias por conta dessa pandemia”.
Durante a manifestação, todos os presentes usaram máscaras de proteção e álcool gel, como foi sugerido pelos organizadores. Ao final, levaram as velas para casa. Assista à transmissão realizada pelo Fórum Inter-religioso e Ecumênico do Rio Grande do Sul e retransmitida pelo Brasil de Fato RS e Rede Soberania.
Posted by Brasil de Fato RS on Tuesday, June 22, 2021
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Edição: Marcelo Ferreira